sábado, 17 de outubro de 2015

Transplante de ilhotas pancreáticas


 A MUHC (McGill University health Centre) realizou o primeiro transplante de células de ilhotas pancreáticas no Canadá


Uma universidade localizada em Quebec no Canadá realizou o primeiro transplante de ilhotas pancreáticas da região. A descoberta realizada foi feita após o complexo processo de isolamento de células da ilhotas pancreáticas de doadores. O procedimento não necessita de cirurgia. Isso é um avanço significativo no tratamento de diabetes do tipo 1 e marca o primeiro passo em que os investigadores esperam ser o desenvolvimento de um novo tratamento.
“Para alguns pacientes, o transplante de pâncreas é uma opção, mas existem riscos significativos. A cirurgia muitas das vezes envolve o atendimento especializado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e uma internação hospitalar que pode durar até um mês”, disse o Dr. Steven Paraskevas , diretor do Programa de Transplante de ilhotas pancreáticas do MUHC. A infusão de ilhotas – agrupamentos de células pancreáticas que produzem insulina – é uma técnica não-cirúrgica que está sendo explorada em alguns centros médicos universitários, como uma alternativa ao transplante de pâncreas.
“Como o procedimento é minimamente invasivo, que representa uma melhora incrível para os pacientes, bem como para a área médica, que através deste procedimento reduz o risco de infecções e internações”, diz Dr. Paraskevas, professor adjunto da cirurgia na McGill.
Para a paciente, Zohra Nabbus, a vida com diabetes tipo 1 tornou-se cada vez mais desafiadora. Após o transplante renal e de pâncreas, ela estava sofrendo episódios mais frequentes de hipoglicemia. “Eu havia chegado ao ponto onde eu não conseguia ficar mais sozinha, então quando eu ouvi que o transplante de células de ilhotas havia sido desenvolvido no MUHC, não havia nenhuma dúvida em minha mente que eu queria ser uma candidata”, disse ela.
O processo começou em maio, onde as células das ilhotas foram separadas a partir de um doador – um processo delicado, que exigiu anos de investimento em tecnologia e perícia médica. Dois dias mais tarde, as ilhotas isoladas foram implantadas no pâncreas do paciente através de um pequeno cateter, no abdómen, sem a necessidade de cirurgia. Todo o procedimento foi realizado na sala de radiologia da MUHC.
“Uma vez que as células foram implantadas no pâncreas, nós monitoramos o paciente e aguardamos”, diz Dr. Benoit Gallix , Diretor de Radiologia da MUHC e Presidente do Departamento de Diagnóstico Radiologia da Universidade McGill, que conduziu o procedimento com a Dra. Tatiana Cabrera , que também é professora assistente na McGill. “Dentro de poucos dias, o paciente começou a produzir insulina por conta própria e após várias semanas ela estava completamente livre do uso de insulinas – todo o processo não poderia ter sido melhor.”
A vida mudou rapidamente para Zohra Nabbus. “Depois de viver com diabetes tipo 1 por 35 anos, é difícil sair do hábito de planejar suas refeições, monitorando o açúcar no sangue e aplicar a sua insulina, mas finalmente eu posso!”, disse ela. “Eu tenho mais liberdade e flexibilidade para viver a minha vida e eu me sinto muito mais segura.”


O MUHC tem desenvolvido os conhecimentos necessários para realizar esse procedimento durante a última década e é o único centro no leste do Canadá capaz de isolar e transplantar células de ilhotas pancreáticas.
O processo já é reconhecido como tratamento para a diabetes no Reino Unido e na Europa. Há cerca de três milhões de pessoas que sofrem com diabetes no Canadá, sendo cerca de 300 mil com diabetes tipo 1.


I G  

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