Finalmente,
a Agência Internacional para pesquisa sobre o Câncer (IARC, sigla em
inglês) vem reforçar o que já sabíamos: peito de peru, chester e outros
embutidos não são opções saudáveis para serem consumidos diariamente.
Sim, eles são carnes pouco calóricas e foram “vendidas” como opções
saudáveis para uma dieta ou reeducação alimentar, mas na verdade não
são. A confusão deu-se, acredito, porque a carne de peru é uma carne
magra e uma ótima opção de proteína, mas não na forma de embutido com a
adição de todos os aditivos que fazem parte desse processo. A
IARC, órgão subordinado à Organização Mundial da Saúde (OMS), advertiu
em relatório que o alto consumo de carnes processadas é potencialmente
cancerígeno para o homem, e que o consumo diário de 50g desse alimento
aumenta em 18% o risco de câncer colorretal. O relatório da agência,
baseado na “literatura científica acumulada” e examinada por 22
especialistas de 10 países, me deixou particularmente feliz pelo
consistente alerta. Mas não foi nenhuma surpresa, já que vem ao encontro
do que oriento em consultório quando me perguntam sobre o peito de
peru, chester e outros embutidos. Quando se fala em
produção de carne processada, temos que pensar que muitas vezes o que
menos se utiliza é a carne em si, já que por definição carne processada é
uma combinação de carne e outros tecidos animais como vísceras, pele e
sangue, além de produtos como leite ou soja em pó que são utilizados
como enchedores. E, pela classificação do IARC, as carnes processadas
foram colocadas na lista do grupo 1 de carcinogênicos, junto com tabaco,
amianto e fumaça de diesel, que se caracterizam por serem substâncias
com evidências suficientes de ligação com o câncer. Mas
isso também não quer dizer que é preciso excluir esses alimentos para
sempre do cardápio: eu acredito no equilíbrio. Até porque o nosso corpo
não é uma máquina delicada e indefesa. Pelo contrário. Ele sabe lidar
muito bem com esses agressores, com uma ressalva: desde que tenha o
suporte de uma dieta saudável e cheia de nutrientes, e tempo para agir e
se recuperar entre uma “agressão” e outra. No
que toca às carnes processadas, o relatório da IARC me parece estar
correto. Já a inclusão da carne vermelha no grupo 2 (de substâncias
“provavelmente cancerígenas”) chamou minha atenção. Achei uma
classificação bastante temerária, já que a carne vermelha é uma fonte
importante de vitamina B12, ferro e proteína na dieta e classificá-la
como provável causadora de câncer sem um suporte científico pode causar
um histerismo desnecessário. Afinal, nesse grupo estão produtos que
poderiam aumentar o risco de câncer, mas sobre os quais ainda não
existem dados suficientes e conclusivos acerca disso. E alguém lembra de
como o ovo foi crucificado durante anos por aumentar o colesterol, até
que estudos definitivos provaram que ele aumenta sim, mas o colesterol
bom? Até que novos estudos sejam feitos, contra ou a
favor da carne vermelha, minha recomendação é novamente o equilíbrio,
até porque, além de não conseguirem relacionar de forma definitiva o
consumo de carne vermelha ao aumento do risco de câncer, os estudos não
esclareceram se a forma de preparo tem relação ou não com o aumento do
risco. E esse é o caso de um dos pratos mais tradicionais da Região Sul:
o churrasco, onde a carne fica exposta o tempo todo à fumaça
(alcatrão), que é uma substância cancerígena. De quem seria a culpa
nesse caso? Da carne ou do alcatrão? Penso que
precisamos estudar um pouco mais para não sermos injustos com ela. De
qualquer forma, vale a pena reduzir seu consumo e alternar com outras
boas fontes de proteína como peixes, frango e ovos. E embora alguns
especialistas falem que 500g de carne vermelha por semana sejam uma boa
medida, o consumo é individual e deve ser avaliado caso a caso,
considerando condição clínica, existência de doenças, necessidade de
perda de peso e o gosto pessoal. Hoje já é possível saber, por meio de
exames que levam em consideração o perfil genético da pessoa, de que
forma o seu organismo consegue processar, digerir e absorver proteínas,
ou seja, é possível saber quanto comer de carne vermelha. O exame de
genética diz se o seu organismo é um bom metabolizador de carboidrato,
proteína, gordura, e com base nisso é possível saber e adequar a
quantidade de proteínas na dieta. Mas,
voltando ao que mais nos interessa no relatório da IARC, que é o alerta
sobre a carne processada, há dois pontos importantes a serem
considerados: 1) Os estudos mostram que o potencial
cancerígeno está no consumo frequente de embutidos e afins, ou seja,
para que o risco de câncer esteja aumentado é necessário que se consuma
50g de carne processada todos os dias. Isso merece uma atenção, já que
equivale a mais ou menos 3 fatias de bacon ou de peito de peru, e é
possível chegar fácil e muito rapidamente a essa quantidade em um dia.
Por isso a melhor opção é riscar esses alimentos do cardápio diário,
deixando o consumo para eventualidades. 2) O maior
problema desses alimentos não está na carne em si, mas principalmente
nos aditivos utilizados para melhorar o sabor e dar maior vida de
prateleira a eles. Dentre os aditivos utilizados estão o nitrito, que em
contato com o ácido clorídrico do estômago se transforma em
nitrosamina, um composto cancerígeno. Em produtos defumados, utiliza-se
ainda o alcatrão (fumaça/defumação), uma substância presente no cigarro e
cujo potencial cancerígeno já é conhecido de todos. Isso sem falar do
glutamato monossódico, um realçador de sabor, largamente utilizado hoje
em dia, e que pode provocar doenças mentais sérias como Alzheimer.
A Organização Mundial da Saúde
considera cancerígenos os produtos processados do porco, como o presunto, as
salsichas e o bacon
A companhia Shuanghui, o maior
frigorífico de carne de suína do mundo, nomeou como "desumano" o polêmico
relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera cancerígenos os
produtos processados do porco, como o presunto, as salsichas e o bacon, destacou
nesta quarta-feira (28) o jornal oficial China Daily .
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"O relatório propõe como algo
para o bem da saúde humana, mas, na realidade, é desumano", assinalou o
subdiretor de marketing da companhia chinesa, Liu Jintao, que acrescentou: "o
processamento de carne faz parte da civilização e não deve ser destruído ao
receber o rótulo de 'cancerígeno'".
Para Liu, o documento
elaborado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, sigla em
inglês), um órgão que faz parte da OMS, é "profundamente lamentável". A
recomendação da OMS também não foi bem recebida na cidade chinesa de Jinhua, na
província de Zhejiang, localizada no leste do país e famosa por seus presuntos.
"A advertência da Iarc deve
ser levada apenas como um conselho para conscientizar às pessoas que devem se
preocupar com a nutrição", comentou sobre o assunto o presidente da associação
de produtores de presunto da cidade, Ma Xiaozhong, que defendeu a salubridade do
processo de cura de seus produtos.
No processo tradicional,
usa-se apenas sal para fazer a cura, ressaltou Ma, mas admitiu que, nos últimos
tempos, os nitritos (um dos elementos considerados cancerígenos pelo estudo da
OMS) também vêm sendo utilizados para melhorar a qualidade e prevenir a
oxidação.
Foto: Getty Images -
EFE / TERRA
Pesquisadores prometem "pílula do exercício físico"
Cientistas de universidades da Dinamarca e Austrália anunciaram estar
se aproximando da criação de uma pílula que imita os efeitos do
exercício físico no corpo humano. As últimas pesquisas permitiram
descobrir, pela primeira vez, o que realmente acontece dentro dos
músculos no nível molecular quando praticamos esportes.
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"Esta nova descoberta servirá para criar uma pílula que imita os
efeitos do exercício físico e recria estas ações em nosso corpo", disse à
BBC Mundo Erik Ritcher, diretor do Departamento de Fisiologia Molecular
da Universidade de Copenhague. O projeto dinamarquês está sendo
realizado em conjunto com o Charles Perkins Centre de Sidney, na
Austrália.
Jorgen Wojtaszewski, outro pesquisador envolvido no projeto, afirma que
esta "pílula do exercício" poderia ser útil para "pessoas com graves
problemas de invalidez ou obesidade mórbida".
O anúncio gera muita polêmica: alguns mais esperançosos podem imaginar
que, no futuro, a pílula pode substituir horas de academia ou corrida,
mas os especialistas consultados pela BBC Mundo estão mais céticos e
alguns até estão preocupados.
Alguns temem aumento do sedentarismo e outros afirmam que poderia ser usado em casos de invalidez ou obesidade
Foto: Thinkstock
Alguns especialistas em esportes temem que a comercialização deste tipo
de medicamento estimule ainda mais o sedentarismo que já um dos grandes
problemas atuais.
"A mensagem que a população está recebendo é muito enganosa, igual às
das dietas milagrosas", disse à BBC a pesquisadora Nuria Garatachea,
doutora em Ciências da Atividade Física e Esporte e uma das autoras do
ensaio científico ("O Exercício é o Verdadeiro Policomprimido", em
tradução livre).
Nuria afirma que a comercialização desta "pílula do exercício" poderia
ser "prejudicial para a sociedade" porque "corremos o risco de que a
população fique ainda mais sedentária".
"O exercício físico é muito variado e, no entanto, ainda falta muito
para descobrirmos sobre os efeitos das vias moleculares que se ativam em
nosso organismo quando o praticamos."
"Temos uma ferramenta muito poderosa em nossas mãos que é o exercício
físico. Levamos milhões de anos praticando-o e agora queremos renunciar a
ele?"
"Não estamos programados para estar sentados; nosso DNA nos pede exercício, (em termos de) biomecânica e energia", afirmou.
Cada vez mais próximo
O pesquisador dinamarquês Erik Richter afirmou que "as pesquisas estão
avançando cada vez mais" e o novo enfoque das últimas descobertas
tornará possível o desenvolvimento de uma pílula do exercício apesar de
"tudo depender das próximas pesquisas e do apoio que conseguirmos".
A nova pesquisa revelou "mais de mil reações musculares – até agora
desconhecidas – nos músculos que estão expostos à atividade física",
segundo fontes da Universidade de Copenhague.
Os cientistas utilizaram uma técnica chamada espectrometria de massas,
um método avançado para identificar moléculas. Eles analisaram biópsias
moleculares em quatro homens saudáveis antes e depois da realização de
10 minutos de exercícios intensos.
As experiências continuam.
"Agora temos que descobrir quais destas moléculas são as mais
importantes e têm uma relação maior com a saúde e o exercícios", disse
Richter.
"Para isso estamos realizando experiências com animais geneticamente modificados em colaboração com a Universidade de Sydney."
Insubstituível
Os especialistas em saúde e esporte consultados pela BBC, no entanto, não aprovam nenhum tipo de substituição dos exercícios.
"O exercício é insubstituível e uma pílula não poderia substituir seus
efeitos", disse à BBC Mundo Jesús María Pérez, gerente do Conselho Geral
de Colégios de Profissionais da Educação Física e Esporte (Colef) da
Espanha.
"Uma pílula não poderia substituir o exercício em competências
funcionais – movimento – variáveis psicológicas – ansiedade, depressão,
fadiga ou autoconfiança – e nos fatores sociais derivados da prática
esportiva regular."
"No mundo da condição física e nas ciências do esporte há muitos mitos e
produtos de marketing que oferecem milagres que não estão baseados em
provas científicas", acrescentou.
A Universidade de Sydney emitiu uma nota afirmando que a descoberta
"ajudará a revelar novos mecanismos biológicos relativos ao exercício e
será uma fonte fundamental para futuras investigações fisiológicas".
Mas Carlota Díez, especialista em saúde do esporte, afirma que o
verdadeiro problema está na maneira com que este tipo de mensagem é
difundida.
Em seu comunicado, a Universidade de Copenhague afirmou que a pesquisa
"nos deixa mais próximos do exercício em forma de pílula".
"Talvez, inicialmente, poderia conseguir alguns efeitos comparáveis aos
da atividade física, mas há outros que não são possíveis de se
conseguir", disse.
'Os efeitos negativos estariam diretamente relacionados com hábitos saudáveis e de qualidade de vida."
"Se um comprimido de exercício for comercializado como tal, conseguiria
o aumento do sedentarismo, da obesidade e da inatividade física",
afirmou.
"Talvez conseguiria uma melhora no nível muscular, mas faltariam muitas
outras coisas, por exemplo, no nível cardiovascular, como é o consumo
de oxigênio."
"Estaríamos perdendo mais da metade dos benefícios do exercício físico", disse.
A especialista admite que este tipo de medicamento poderia ter
vantagens para pessoas com problemas como tetraplegia ou outros
problemas graves de mobilidade, mas é "preciso deixar claro que a pílula
não poderia ser para todo mundo, só deveria ser tomada se existe um
problema real".
Um grupo de pesquisadores da Universidade VU, em Amsterdã (Holanda),
desenvolveu uma técnica que permite fazer exames para detectar o câncer
através de uma única gota de sangue, informou neste quinta-feira o VUmc,
o hospital universitário, em comunicado.
O método, utilizado para analisar seis tipos de câncer, "demonstrou ser
muito eficaz nos casos de diagnóstico antecipado", segundo a nota. Em
particular, permitiu identificar a doença em 96% dos casos, conforme
indicam os pesquisadores.
Embora os testes ainda estejam em fase experimental, o diretor da
pesquisa, Tom Würdinger, disse que espera que o novo processo possa
estar disponível para os pacientes dentro de cinco anos.
"É importante detectar e tratar o câncer o mais rápido possível. Esta
nova técnica pode ter um papel grande nisto e esperamos salvar vidas",
acrescentou o VUmc.
O novo método foi publicado hoje na revista acadêmica "Cancer Cell".
As pessoas casadas são mais
propensas a se recuperar depois de uma cirurgia cardíaca do que aqueles que são
divorciadas, separadas ou viúvas - informou nesta quarta-feira uma pesquisa
norte-americana. O estudo, publicado no Journal
of the American Medical Association (JAMA), foi baseado em dados de mais de
1.500 pessoas. Dois terços eram casados, 12
por cento eram divorciados ou separados, 21 por cento eram viúvos e dois por
cento nunca foram casados. Indo para a cirurgia, os
participantes casados já tendiam a ser mais saudáveis do que os outros
participantes. E após a cirurgia, "o estado
civil foi significativamente associado à morte ou a uma nova incapacidade
funcional", disse o estudo. "Os participantes divorciados,
separados ou viúvos tinham aproximadamente 40 por cento maiores probabilidades
de morrer ou de desenvolver uma nova incapacidade funcional durante os dois
primeiros anos após a cirurgia cardíaca em comparação aos participantes
casados". Após a cirurgia, 19 por cento
dos participantes casados morreram ou desenvolveram uma nova deficiência, em
comparação a 29 por cento das pessoas divorciadas e 34 por cento dos
participantes viúvos. Um em cada cinco dos que nunca
haviam se casado ou morreram ou tiveram complicações pós-cirurgia - que os
deixaram incapazes de realizar uma atividade diária comum, como se vestir, andar
ou comer. "Essas descobertas estendem
trabalhos anteriores que sugeriam vantagens de sobrevivência pós-operatório para
pessoas casadas e podem estar relacionados ao papel dos apoios sociais em
influenciar as escolhas dos pacientes de hospitais e auto-cuidado", disse o
estudo. As descobertas sugerem "que o
estado civil é um preditor de sobrevivência e recuperação funcional após
cirurgia cardíaca".
Uma pesquisa realizada
em 2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos,
revelou que cerca de 8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam
deprimidos.
(Foto: Getty
Images)
De acordo com um estudo
realizado nos Estados Unidos, reunir-se com frequência com filhos, netos e
amigos, pode ajudar a prevenir a depressão em idosos, de maneira muito mais
eficaz do que simplesmente falando com eles ao telefone, ou mantendo contato por
escrito. “A principal conclusão do
estudo foi que encontrar-se face a face com os amigos e a família, atua como uma
forte medicina preventiva; e quanto maior for a frequência desses encontros,
menor será o risco de desenvolver depressão,” disse o Dr. Alan Teo, o psiquiatra
da Oregon Health & Science University em Portland, que liderou a
pesquisa. O contato por telefone é
eficaz contra a depressão em apenas uma circunstância — quando o indivíduo já
foi diagnosticado com ela, salientam Teo e sua equipe, em um artigo publicado no
Journal of the American Geriatrics Society. Teo também disse ao Reuters
Health que e-mails e outros contatos por escrito não demonstraram
benefícios conclusivos. Uma pesquisa realizada em
2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos,
revelou que cerca de 8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam
deprimidos, e 16 por cento dos entrevistados já havia passado por algum episódio
de depressão em sua vida. Os autores de pesquisas
anteriores afirmam que a falta de contato social com a família e os amigos, pode
fazer com que as pessoas idosas se sintam isoladas, solitárias e fiquem mais
propensas à depressão. Mas boa parte dessa investigação incluiu diferentes modos
de contato. Teo disse que seu próprio
contato face a face com o pai, que tem 70 anos, em vez de sua habitual troca de
mensagens de texto e interações pelo Facebook, estimulou o seu interesse pelo
estudo. “Eu pensei nas vezes em que
nos reunimos pessoalmente e percebi o quanto isso é benéfico,” disse Teo, que
também é pesquisador e médico do Veterans Administration Portland Health Care
System. Entre os anos de 2004 e 2010,
os 11.065 adultos que participaram do estudo — todos com idades entre 50 e 70
anos — foram avaliados duas vezes. Os pesquisadores perguntaram sobre os seus
contatos sociais, conflitos interpessoais, sua capacidade de concluir suas
atividades diárias e sintomas depressivos, tais como a perda de apetite,
capacidade de não ceder à tristeza e problemas de
concentração. Quando foi feita a primeira
enquete, e uma segunda, dois anos depois, cerca de 13 por cento dos
participantes afirmaram que tiveram sintomas depressivos
significativos. Após analisar cada caso,
baseando-se em aspectos como: idade; situação financeira; capacidade de
completar tarefas cotidianas; tamanho de sua residência; apoio social e
conflitos interpessoais, aqueles que se encontravam com os filhos, familiares ou
com amigos, pelo menos uma vez a cada poucos meses, tinham 11 por cento de
chances de desenvolver sintomas depressivos dois anos mais tarde, comparados com
o risco de 8 por cento apresentado entre aqueles que estabeleciam contatos com
familiares e amigos, uma ou duas vezes por mês. Aqueles que tinham contato três
ou mais vezes por semana, tinham apenas 6 por cento de
risco. As pessoas que se reuniam com
os amigos, uma ou duas vezes por semana, também tinham uma probabilidade muito
menor de desenvolver depressão, do que aquelas que tinham contato poucas vezes
por mês. Para as pessoas com idade
igual ou superior a 70 anos, o contato com as crianças provou ser muito mais
eficaz contra a depressão. Ao passo que as pessoas com idades entre 50 e 69 anos
se beneficiaram mais em ver os amigos. Mas quando surgiam conflitos
durante o contato e relacionamento interpessoal com os filhos, o risco da
aparição de sintomas depressivos também aumentava. “Os detalhes do isolamento
opressor não têm sido explorados nesse sentido,” disse o Dr. Robert Abrams,
psiquiatra do Weill Cornell Medicine e do New York-Presbyterian
Hospital. “Todos nós sabemos que o isolamento não é bom, mas (saber)
exatamente que tipo de contato, com quem, e qual é o modo mais útil, seria de
grande ajuda; pelo menos no tocante à prestação de serviços de saúde pública,”
disse Abrams, que não esteve envolvido no estudo. O Dr. Robert Shulman,
copresidente da ala de psiquiatria do Rush University Medical Center, de
Chicago, disse que os resultados demonstraram a importância da interação humana
com a família ou amigos, e que o “telefone e outros meios, simplesmente não
deveriam substituí-la.” Shulman, que também não
participou do estudo, geralmente pergunta aos pacientes mais velhos com que
frequência eles veem seus filhos, ou se eles apenas conversam ao
telefone. “Às vezes, você pode até ver a
tristeza refletida em seus rostos quando eles se sentem esquecidos pela
família,” disse Shulman. “Devemos sempre estimular as famílias a visitar os
pacientes e incentivar esse tipo de
relacionamentos.” Reunir-se com colegas de
profissão (como amigos solidários) também pode ajudar prevenir a depressão em
adultos mais idosos, afirmou Teo. “Eu creio que vale a pena que os mais jovens
acatem a sugestão de fazer um esforço real para passar mais tempo com os
idosos,” acrescentou ele. Não há dúvida de que ambas as
partes se beneficiarão com esse
contato.
Há 'evidência suficiente' de ligação desses alimentos com câncer, diz relatório. Texto alerta para risco de alto consumo de carne processada.
Bacon é um dos produtos que entrou na lista de alimentos cancerígenos
(Foto: Marcos Pinto / Divulgação CdBRJ)
O consumo de produtos como salsicha, linguiça bacon e presunto, aumenta
o risco de câncer do intestino em humanos, afirma um novo relatório da
OMS (Organização Mundial da Saúde) publicado nesta segunda-feira (26).
De acordo com o documento, a carne processada é um fator de risco certo
para a doença, e carnes vermelhas de um modo geral são um fator de risco
"provável".
As canes processadas foram colocadas na lista do grupo 1 de
carcinogênicos – que já inclui tabaco, amianto e fumaça de diesel – para
os quais já há “evidência suficiente” de ligação com o câncer. O
relatório foi feito pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa do
Câncer), órgão ligado à OMS.
Risco de câncer
"Para um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal em razão
do consumo de carne processada permanece pequeno, mas esse risco aumenta
com a quantidade de carne consumida", afirmou Kurt Straif, chefe de
programa Monographs, do IARC, que avalia riscos para o câncer.
Um estudo de meta-análise -- que avaliou diversos outros estudos--
estima que cada porção diária de 50 gramas de carne processada aumente o
risco de câncer colorretal em 18%. Esse tipo de câncer é hoje o segundo
mais diagnosticado em mulheres e o terceiro em homens, e está matando
694 mil pessoas por ano (segundo dados de 2012 da OMS, os mais
recentes).
A carne vermelha - grupo dentro da qual estão tecido muscular de boi,
porco, carneiro, bode e cavalo - foi classificada como um carcinógeno
(produto capaz de provocar câncer) "provável" e entrou na lista do grupo
2A, que contém o glifosato, princípio ativo de muitos herbicidas.
Cachorro quente
(Foto: Reprodução/EPTV)
A definição do IARC para carne processada inclui produtos
"transformados por salgamento, curagem, fermentação, defumação e outros
processos para realçar sabor ou melhorar a preservação", afirma um
artigo publicado por cientistas do IARC na revista médica "The Lancet",
que acompanhou a divulgação do novo relatório.
Carne vermelha
"Essas descobertas dão mais suporte às recomendações sanitárias atuais
para limitar o consumo de carne", afirmou Christopher Wild, diretor do
IARC.
"Ao mesmo tempo, a carne vermelha tem valor nutricional", afirmou o
médico, sugerindo que as novas recomendações não sejam encaradas de
maneira alarmista. "Esses resultados, então, são importantes para
permitir governos e agências regulatórias internacionais para conduzirem
avaliações de risco, de modo a equilibrar riscos e benefícios de comer
carne vermelha ou processada e para fornecer as melhores recomendações
diárias possíveis."
"A maior parte das carnes processadas contém carne de porco ou boi, mas
também pode conter outras carnes vermelhas, frango, carne de segunda
(fígado, por exemplo), ou subprodutos da carne, como o sangue", afirma o
artigo.
A classificação mais branda para a carne vermelha é reflexo de
"evidências limitadas" de que ela causa câncer. O IARC descobriu
ligações principalmente com o câncer de intestino, mas também observou
associações com tumores no pâncreas e na próstata, afirmou.
Da
França aos Estados Unidos, passando pelo Brasil, a indústria da carne
reagiu duramente após a publicação, nesta segunda-feira, de um estudo
internacional que acusa a carne vermelha e os embutidos de aumentar o
risco de câncer. A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o
Câncer (IARC, na sigla em inglês), subordinada à Organização Mundial da
Saúde (OMS), colocou o consumo excessivo de carnes processadas, como
embutidos ou frios, no Grupo 1 de risco de levar ao desenvolvimento de
câncer, principalmente o colorretal.A pesquisa, que reuniu 800
estudos, aponta que o consumo excessivo de carnes vermelhas em geral -
inclusive bovina, suína e ovina - é "provavelmente cancerígeno". Nos
Estados Unidos, maior produtor mundial de carne vermelha, os
profissionais do setor estavam de armas em punho há semanas, propondo
análises antes mesmo da publicação do estudo da IARC. O instituto
americano da carne (NAMI) criticou o relatório da OMS por considerar
que constitui um "desafio ao senso comum". Os autores do informe, acusa a
NAMI, "trituraram os dados para chegar a um resultado específico".Industriais
americanos e francesas recordam que a carne é apenas um dos mais de 940
produtos, dos mais diversos, classificados como provavelmente
cancerígenas pela agência especializada da OMS."Se nós nos
agarrássemos à lista (...)do IARC, ficaria claro que o simples fato de
viver na Terra seria um risco de câncer", rebateu a Associação da
Indústria de Carne Americana. A NAMI enfatiza que "a ciência tem mostrado que o câncer é uma doença complexa que não é causada apenas por alguns alimentos". Um
argumento reproduzido praticamente de forma idêntica pelos industriais
europeus. "É inadequado atribuir um único fator a um risco aumentado de
câncer. É um assunto muito complexo que pode depender de uma combinação
de muitos outros fatores, como idade, genética, dieta, ambiente e estilo
de vida", explica em comunicado o Centro de Ligação para a Indústria de
Processamento de Carne na União Europeia. Outro argumento repetida em uníssono: o valor nutricional da carne. No
Brasil, segundo maior produtor de carne bovina, os exportadores
enfatizam "os benefícios nutricionais para a saúde humana trazidos pelo
consumo de carne vermelha e de outras proteínas" animais. Mesmo
que "o consumo excessivo de carne não deva ser promovido", é possível
"ter prazer e obter um equilíbrio nutricional" nas refeições combinando
carne e legumes, afirma Xavier Beulin, presidente da FNSEA, maior
sindicato agrícola francês."A carne em si não apresenta nenhuma
dificuldade. O problema vem dos produtos à base de carne nos quais são
acrescentados aditivos como nitratos e nitritos", que podem tornar-se
cancerígenos com o cozimento, afirma o Instituto Nacional da Carne do
Uruguai, que alerta também para a falta de fibras de efeito protetor na
dieta moderna. Na França, primeiro produtor europeu de carne
bovina, as federações de produtores de embutidos insistem sobre o
problema da quantidade. Segundo o estudo, o risco de câncer
colorretal pode aumentar em 17% para cada porção de 100 gramas de carne
consumida por dia, e em 18% para cada porção de 50 gramas de embutidos. Mas o consumo médio de carne na França é de 52,5 gramas/dia/habitante, e de 35 gramas para os embutidos. "Os
pecuaristas (franceses, ndlr) devem se perguntar se tudo isso é sério,
já que eles conhecem as maiores dificuldades", apesar da produção de
"raças de altíssimo valor agregado", lamentou Beulin.Os países
industrializados viram o consumo de carne diminuir nos últimos anos -
efeito da crise econômica, mas também das críticas sobre o impacto que a
dieta carnívora tem sobre a saúde e o meio ambiente. Em revanche, o consumo mundial aumentou claramente graças aos países emergentes: Brasil e China na liderança. O
consumo aumentou em 15% entre 2008 e 2014 na China, enquanto recuou nas
mesmas proporções na União Europeia, segundo a agência governamental
francesa FranceAgriMer. emi-bur/etr/smr/fm/mm TERRA
A OMS colocou as
carnes processadas e vermelhas na berlinda, mas especialistas dizem que
os alimentos não precisam sair do cardápio se houver moderação
A decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de colocar a carne
processada na lista de substâncias que provocam câncer praticamente
dividiu o mundo em dois times: os que defendem o bacon e os que são
contrários a ele. Exageros à parte, o consenso entre a comunidade médica
é que o problema das carnes processadas e da carne vermelha – que foi
classificada como “provavelmente cancerígena” – não está no consumo em
si, mas no excesso. “Qualquer substância é uma droga potencial. O segredo é a quantidade
consumida. Só espero que não ocorra agora o mesmo que aconteceu com o
ovo, condenado nos anos 80 e agora absolvido”, diz o médico Beny
Schmidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Unifesp. Ele
ainda ressalta que muitos desses alimentos, em especial as carnes
vermelhas, têm alto valor nutricional e são historicamente importantes
para a dieta humana. De acordo com a médica Andrea Pereira, nutróloga especialista em
oncologia do Hospital Albert Einstein de São Paulo, as sociedades
brasileira e americana de oncologia recomendam um consumo de até meio
quilo de carne vermelha por semana (100 gramas por dia), já que elas são
ricas em proteínas, ferro e vitamina B12. Já as processadas, pela
grande quantidade de conservantes e de sal, devem ser consumidas em
quantidades menores. “O que sempre recomendamos é manter uma alimentação saudável, que
mescle carne vermelha com peixes, ovos e vegetais. Enfim, o mais
indicado é equilibrar todos esses alimentos ao longo da semana”, resume a
especialista. Os estudos da OMS apontaram que o o consumo diário de 50 gramas de
carne processada por dia – o equivalente a duas fatias de bacon –amplia
em 18% o risco de câncer colorretal. No caso da carne vermelha, o
consumo diário de 100 gramas amplia em 17% o risco de se desenvolver a
mesma doença.
Exagero
Schmidt avalia que é um exagero comparar o potencial cancerígeno do
cigarro ao da carne processada. A própria OMS destaca que, embora
estejam no mesmo grupo das substâncias que comprovadamente aumentam o
risco de câncer, isso não significa que tabaco, amianto e bacon e cia.
sejam igualmente perigosos. Estimativa da Global Burden of Disease atribui ao consumo
exagerado de carne processada a morte de 34 mil pessoas por câncer no
mundo todos os anos. Já as dietas ricas em carne vermelha seriam
culpadas por 50 mil mortes causadas por câncer todos os anos. Números
altos, mas que não chegam nem perto dos relacionados ao tabaco (1 milhão
de mortes por ano), ao álcool (600 mil mortes por ano) e à poluição do
ar (200 mil mortes por ano).
Escala
Como funciona a classificação da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC):
GRUPO 1
O agente é carcinogênico
Exemplos: Tabaco e tabagismo passivo, bebidas alcoólicas, vírus do HIV, carnes embutidas e radiação solar.
GRUPO 2A
O agente provavelmente é carcinogênico a humanos
Exemplos:Anabolizantes, carne vermelha, emissões dos motores a diesel e inseticida Lindano.
GRUPO 2B
O agente é possivelmente carcinogênico a humanos
Exemplos: Cafeína, gasolina, alguns herbicidas.
GRUPO 3
O agente não é classificado como carcinogênico a humanos
Exemplos: Ácido acrílico, Iluminação fluorescente e mercúrio.
GRUPO 4
O agente provavelmente não é carcinogênico
Exemplos: Caprolactama, matéria-prima para a produção de náilon, embalagens, pneus, entre outros. Gazeta do Povo
Impossível você nunca ter pensado que no tempo de seus pais e avós,
frequentar a academia não era uma obrigação da rotina diária, ninguém
via o glúten e a lactose como vilões de uma vida saudável, e que mesmo
assim, as pessoas conseguiam se manter em forma.
Pra quem já pensou nisso tudo, um estudo divulgado recentemente pela
revista Atlantic veio esclarecer alguns pontos. Sim, há uma razão
científica para isso. Segundo a pesquisa, é mais difícil hoje para um
adulto manter o peso do que era há 20 ou 30 anos, mesmo os que ingerem a
mesma quantidade de calorias e se exercitam.
Os pesquisadores da Universidade de York, em Toronto,
examinaram os dados da dieta de 36.400 americanos entre 1971 e 2008,
além da atividade física de 14.419 pessoas entre 1988 e 2006.
Conclusão: uma pessoa em 2006 que consumia a mesma
quantidade de calorias e nutrientes e praticava exercícios com a mesma
frequência que alguém em 1988 tinha, assim mesmo, um IMC (índice de massa corpórea) até 2,3 pontos maior.
Ou seja, os adultos de hoje são 10% mais pesados que os dos anos 80, mesmo comendo a mesma quantidade e praticando exercícios.
A pesquisa aponta três motivos pelos quais era mais fácil ser magro há 30 anos do que hoje. Olha só:
1. Substâncias químicas
As pessoas estão mais expostas a substâncias químicas que funcionam
como indutores do ganho de peso: pesticidas, conservantes e outras
substâncias presentes em alimentos industrializados. Elas acabam
alterando nossos processos hormonais e aprimorando a maneira que nossos
corpos têm de manter o ganho de peso.
2. Medicamentos prescritos
O uso de medicamentos controlados cresceu em níveis alarmantes desde
os anos 70 e 80. O Prozac, lançado em 1988, é um
dos antidepressivos mais populares dos Estados Unidos. De uma maneira
geral, drogas similares a essa são as mais prescritas à americanos e
brasileiros, e estão diretamente ligadas ao ganho de peso.
3. Hormônios e antibióticos
Outro motivo apontado pelos autores do estudo é que nosso microbioma
pode estar mudando desde os anos 80. Os adultos de hoje consomem
mais carne do que seus pais e avós, e muitos produtos animais são
tratados com hormônios e antibióticos para acelerar o desenvolvimento e
garantir a produção em larga escala. São essas substâncias que podem
estar mudando as bactérias que habitam nosso intestino e nos tornando
mais propensos à obesidade.
Uma pesquisa realizada em 2006, pelos Centros de
Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, revelou que cerca de
8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam deprimidos.
(Foto: Getty Images)
De
acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, reunir-se com
frequência com filhos, netos e amigos, pode ajudar a prevenir a
depressão em idosos, de maneira muito mais eficaz do que simplesmente
falando com eles ao telefone, ou mantendo contato por escrito.“A
principal conclusão do estudo foi que encontrar-se face a face com os
amigos e a família, atua como uma forte medicina preventiva; e quanto
maior for a frequência desses encontros, menor será o risco de
desenvolver depressão,” disse o Dr. Alan Teo, o psiquiatra da Oregon Health & Science University em Portland, que liderou a pesquisa.O
contato por telefone é eficaz contra a depressão em apenas uma
circunstância — quando o indivíduo já foi diagnosticado com ela,
salientam Teo e sua equipe, em um artigo publicado no Journal of the American Geriatrics Society.Teo também disse ao Reuters Health que e-mails e outros contatos por escrito não demonstraram benefícios conclusivos.Uma
pesquisa realizada em 2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de
Doenças dos Estados Unidos, revelou que cerca de 8 por cento dos
adultos, com 50 anos ou mais, estavam deprimidos, e 16 por cento dos
entrevistados já havia passado por algum episódio de depressão em sua
vida.Os autores de pesquisas anteriores afirmam que a falta de
contato social com a família e os amigos, pode fazer com que as pessoas
idosas se sintam isoladas, solitárias e fiquem mais propensas à
depressão. Mas boa parte dessa investigação incluiu diferentes modos de
contato.Teo disse que seu próprio contato face a face com o pai,
que tem 70 anos, em vez de sua habitual troca de mensagens de texto e
interações pelo Facebook, estimulou o seu interesse pelo estudo.“Eu
pensei nas vezes em que nos reunimos pessoalmente e percebi o quanto
isso é benéfico,” disse Teo, que também é pesquisador e médico do Veterans Administration Portland Health Care System.Entre
os anos de 2004 e 2010, os 11.065 adultos que participaram do estudo —
todos com idades entre 50 e 70 anos — foram avaliados duas vezes. Os
pesquisadores perguntaram sobre os seus contatos sociais, conflitos
interpessoais, sua capacidade de concluir suas atividades diárias e
sintomas depressivos, tais como a perda de apetite, capacidade de não
ceder à tristeza e problemas de concentração.Quando foi feita a
primeira enquete, e uma segunda, dois anos depois, cerca de 13 por cento
dos participantes afirmaram que tiveram sintomas depressivos
significativos.Após analisar cada caso, baseando-se em aspectos
como: idade; situação financeira; capacidade de completar tarefas
cotidianas; tamanho de sua residência; apoio social e conflitos
interpessoais, aqueles que se encontravam com os filhos, familiares ou
com amigos, pelo menos uma vez a cada poucos meses, tinham 11 por cento
de chances de desenvolver sintomas depressivos dois anos mais tarde,
comparados com o risco de 8 por cento apresentado entre aqueles que
estabeleciam contatos com familiares e amigos, uma ou duas vezes por
mês. Aqueles que tinham contato três ou mais vezes por semana, tinham
apenas 6 por cento de risco.As pessoas que se reuniam com os
amigos, uma ou duas vezes por semana, também tinham uma probabilidade
muito menor de desenvolver depressão, do que aquelas que tinham contato
poucas vezes por mês.Para as pessoas com idade igual ou superior a
70 anos, o contato com as crianças provou ser muito mais eficaz contra a
depressão. Ao passo que as pessoas com idades entre 50 e 69 anos se
beneficiaram mais em ver os amigos.Mas quando surgiam conflitos
durante o contato e relacionamento interpessoal com os filhos, o risco
da aparição de sintomas depressivos também aumentava.“Os detalhes do isolamento opressor não têm sido explorados nesse sentido,” disse o Dr. Robert Abrams, psiquiatra do Weill Cornell Medicine e do New York-Presbyterian Hospital.
“Todos nós sabemos que o isolamento não é bom, mas (saber) exatamente
que tipo de contato, com quem, e qual é o modo mais útil, seria de
grande ajuda; pelo menos no tocante à prestação de serviços de saúde
pública,” disse Abrams, que não esteve envolvido no estudo.O Dr. Robert Shulman, copresidente da ala de psiquiatria do Rush University Medical Center,
de Chicago, disse que os resultados demonstraram a importância da
interação humana com a família ou amigos, e que o “telefone e outros
meios, simplesmente não deveriam substituí-la.”Shulman, que
também não participou do estudo, geralmente pergunta aos pacientes mais
velhos com que frequência eles veem seus filhos, ou se eles apenas
conversam ao telefone.“Às vezes, você pode até ver a tristeza
refletida em seus rostos quando eles se sentem esquecidos pela família,”
disse Shulman. “Devemos sempre estimular as famílias a visitar os
pacientes e incentivar esse tipo de relacionamentos.”Reunir-se
com colegas de profissão (como amigos solidários) também pode ajudar
prevenir a depressão em adultos mais idosos, afirmou Teo. “Eu creio que
vale a pena que os mais jovens acatem a sugestão de fazer um esforço
real para passar mais tempo com os idosos,” acrescentou ele.Não há dúvida de que ambas as partes se beneficiarão com esse contato.