Há quatro anos, cientistas da NASA revelaram que a colisão da nossa
galáxia com Andrômeda - a vizinha mais próxima da Via Láctea - é
inevitável e acontecerá daqui a aproximadamente quatro bilhões de anos.
Essa previsão foi possível graças a medições realizadas pelo telescópio
espacial Hubble ao monitorar o movimento de Andrômeda, localizada a 2,5
milhões de anos-luz daqui. Ambas as galáxias estão se atraindo
mutuamente graças à força da gravidade que age entre os corpos.
Nosso
Sistema Solar não corre risco de ser destruído com esse impacto de
proporções astronômicas, mas não sairemos completamente ilesos: o Sol
provavelmente será “arrastado” para uma nova região da nossa galáxia e a
Terra certamente sentirá os impactos do deslocamento do nosso astro-rei
- isso se nós, humanos, não destruirmos nosso planeta primeiro.
Essa
é a imagem dos céus atualmente: em algumas épocas do ano, Andrômeda
circula logo abaixo da Via Láctea
(Reprodução: Divulgação)
Para
os especialistas da NASA, esse evento cósmico acontecerá de maneira
similar a uma partida de baseball, na qual a Via Láctea seria o
rebatedor que está à espera de uma bola - que seria a galáxia Andrômeda.
Mas, nesse caso, nossa galáxia receberá bilhões de “bolas” em chamas no
formato de estrelas de dimensões muito superiores à da Terra.
Andrômeda
navega pelo Cosmos em direção à Via Láctea a uma velocidade de 402.366
quilômetros por hora e a colisão transformará nossa visão do céu à noite
de um jeito que nenhum ser humano jamais viu em toda a história de sua
existência. Calcula-se que todo o processo de unificação entre as duas
galáxias vizinhas dure mais dois bilhões de anos e o resultado final
será uma nova supergaláxia em formato elíptico.
Como tudo acontecerá
Dentro de 3,75 bilhões de anos, esta será a visão do céu que se terá a partir da Terra, com a galáxia invasora se aproximando:
(Reprodução: Divulgação)
Depois
de 250 milhões de anos a partir do início da colisão, veremos restos
“mortais” do acidente cósmico, que deixará nosso céu ainda mais repleto
de astros e cores para serem observados:
(Reprodução: Divulgação)
No
vídeo a seguir, publicado pela Science TV em seu canal do YouTube,
podemos ver uma representação artística de como será o processo de
colisão entre as galáxias:
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E o que vai mudar além da visão do céu noturno?
Apesar
da imagem de galáxias se chocando parecer lindamente agressiva,
dificilmente estrelas colidirão entre si porque o espaço entre elas
permanecerá sendo muito grande. No entanto, o abalo gravitacional deverá
mudar a localização das estrelas, incluindo o nosso Sol, e,
consequentemente, dos planetas do Sistema Solar.
Pesquisadores
acreditam que a aproximação entre as galáxias afastará o Sistema Solar
para uma região isolada da Via Láctea, ou, ainda, irá transferi-lo para o
território da invasora Andrômeda. Além disso, é provável que a fusão
provoque a formação de novas estrelas e que nuvens de gás se choquem
umas com as outras.
Pode ser que a colisão já esteja acontecendo...
…
e nem nos demos conta disso ainda. Isso porque, no ano passado, foi
observada uma auréola de gás quente - também conhecida como halo - ao
redor da galáxia de Andrômeda. Esse halo mede um milhão de anos-luz no
espaço, de acordo com cientistas que analisaram dados de quasares
distantes obtidos pelo telescópio espacial Hubble. E a Via Láctea também
possui um halo de dimensões comparáveis às da galáxia vizinha - ou
seja, ambas as auréolas gasosas já devem estar em contato.
“Conforme
a luz dos quasares viaja em direção ao Hubble, o gás do halo absorve um
pouco dessa iluminação, que se torna um pouco mais opaca em pequenos
comprimentos de onda. Ao medir a queda no brilho nesse intervalo,
podemos determinar a quantidade de gás que existe entre M31 [a galáxia
de Andrômeda], a Via Láctea e o quasar”, explicou o coinvestigador J.
Christopher Howk, da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos.
Esse estudo foi publicado no The Astrophysical Journal
por Nicolas Lehner, também de Notre Dame. Lehner explicou que “halos
são atmosferas gasosas de galáxias, e as propriedades desses halos
gasosos controlam a taxa em que as estrelas se formam”. Estima-se que o
halo contenha metade da massa de todas as estrelas da própria galáxia, e
esse seria mil vezes mais massivo do que as estimativas anteriores
sugeriam.
A imagem mostra a localização dos quasares e os detalhes do halo de Andrômeda
(Reprodução: NASA/STScI)
Com informações de: NASA, HubbleSite, Scientific American Brasil, Climatologia Geográfica e Science TV
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