Sabe-se
que exercício físico é um aliado para a perda de peso e também no
combate a doenças como hipertensão. Recentemente, um estudo inédito do
Laboratório de Fisiopatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HCPA) mostrou que a prática de atividade física também tem efeito
imediato na diminuição da pressão arterial em pacientes com hipertensão
resistente, que tem como uma das características, o fato de o paciente
precisar tomar, no mínimo, três medicamentos para controlá-la. A
pesquisa feita na instituição mostrou que, após a finalização da sessão
de exercício físico, ocorreu uma diminuição praticamente imediata dos
níveis de pressão arterial.
— Estudamos uma parte da população
hipertensa que ainda não tinha sido estudada, para entender o efeito
imediato do exercício físico — comenta o autor, o educador físico Lucas
Santos, aluno de doutorado de Ciências Cardiovasculares da Faculdade de
Medicina da UFRGS.
Para
chegar no resultado, os pesquisadores recrutaram 20 pacientes
sedentários, com o diagnóstico de hipertensão arterial resistente, que
participaram de duas sessões de exercício aeróbico em bicicleta
ergométrica — uma de intensidade leve e outra de intensidade moderada.
Após o exercício, os valores de pressão arterial foram medidos ao longo
de 22 horas, com intervalos de medidas a cada 15 minutos, e comparados a
um dia sem atividade física.
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Ambos os exercícios reduziram os valores de pressão arterial dos
participantes até cinco horas após a prática. Porém, a conclusão mais
importante foi a de que o efeito do exercício leve provocou redução na
pressão arterial ao longo de todo o dia e durante o sono. Até então, a
maioria dos estudos atestava somente os benefícios do exercício de
intensidade moderada.
— Pensamos que iríamos verificar maior
efeito em intensidades mais altas de atividade física, mas parece que as
leves podem resultar em melhor benefício — diz o autor, ao contar que
ficou surpreso com o resultado.
Os resultados são pioneiros em
demonstrar os efeitos benéficos imediatos do exercício aeróbico em
pacientes com difícil resposta aos medicamentos. Apesar de a intensidade
leve parecer a escolha mais eficaz para maior duração do controle de
pressão arterial nestes indivíduos, ainda são necessários mais estudos
para comprovar a hipótese.
O resultado da pesquisa foi
recentemente aceito para publicação no periódico científico Journal of
Hypertension, um dos mais importantes na área.
Zero Hora
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