Ervateiras chegam a pagar até R$ 1 por quilo dessa erva-mate.
Técnicos do Instituto Emater orientam o manejo de poda programado.
O Paraná é o maior produtor de erva-mate do Brasil. Em General Carneiro, na região sul do Paraná, os agricultores estão investindo na variedade sombreada. Essa opção tem gerado mais lucro para quem planta e mais qualidade ao produto.
O agricultor Jaime Maguelniski é um exemplo disso. A erva-mate se
tornou o principal cultivo da propriedade, e essa decisão já deu
reflexo. No último ano foram colhidas 30 toneladas da planta. "Abandonei
as outras atividades e estou só na erva-mate, porque me ajuda muito no
sítio. Este ano eu pretendo dobrar a produção", planeja o produtor.
A
erva-mate sombreada é cultivada entre outras vegetações, inclusive em
meio a mata nativa. As outrasplantas fazem com que os raios de sol não
incidam diretamente sobre a erva-mate, por isso ela é chamada de
sombreada.
Jaime
faz parte de um grupo de aproximadamente 450 agricultores que recebem
assistência do Instituto Emater para estimular este cultivo na região
sul do estado.
"Conforme
a análise do solo, indicamos a quantidade de adubo de calcário. Para
aumentar a produtividade é preciso uma poda manejada, correta para as
plantas não competirem entre si. Os estudos mostram que o manejo deve
ser feito a cada 18 meses", explica o técnico Anderson Martendal.
Na propriedade do Cláudio Carlin há um ano e meio a erva-mate divide
espaço com a mata nativa. Recebendo a assistência do Instituto Emater a
produção na área quase dobrou, foi de 20 para 35 toneladas. "Eu senti
que a erva está cada vez melhor. Antigamente utilizavámos um facão para
cortar todas as folhas da árvore, só sobrava o caule. Com o
acompanhamento, tiramos só os galhos maduros e deixamos a planta se
expandir para os lados", diz o agricultor.
Os benefícios da erva-mate sombreada vão além do auxílio na preservação
de espécies nativas, também chegam ao bolso do produtor. "A erva é mais
suave, a qualidade dá para sentir no sabor. Em lugares qua não têm esse
sombreamento a erva é mais forte. Por isso ervateiras de outras regiões
tem procurado e pagado mais pela nossa erva", comenta Anderson
Martendal.
Enquanto a indústria paga aproximadamente R$ 0,55 pelo quilo da
erva-mate tradicional, o quilo da erva sombreada é negociado por quase
R$ 1. "Hoje, as indústrias preferem comprar a erva-mate sombreada pela
qualidade do sabor. A erva-mate
sombreada tem um sabor mais adocicado, sem a necessidade de adição de
açúcar. O consumidor identifica bem essa diferença. Por isso temos
preferência por esse produto", fala o dono de ervateira, Everton
Giotti.
G1 PR
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