quarta-feira, 11 de maio de 2016

Cientistas descobrem sistema que detecta Alzheimer avançado


Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos descobriu um sistema mais preciso para diagnosticar os estágios mais avançados do Alzheimer, segundo um estudo que divulgado nesta quarta-feira (11) pela revista Science Translational Medicine .
O novo sistema é um melhor indicador do progresso da doença, segundo os pesquisadores do Departamento de Neurologia da Universidade de Washington em St. Louis, no estado do Missouri.
Os pesquisadores estudaram 46 pacientes com Alzheimer, a doença neurodegenerativa progressiva mais comum, que acarreta a perda da memória, da fala, do controle emocional e da habilidade de raciocinar e tomar decisões lógicas.
A causa da doença, que segundo a Organização Mundial da Saúde afeta 47,5 milhões de pessoas no mundo, é o acúmulo no cérebro de proteínas de dois tipos: placas da proteína beta-amiloide e fibras da proteína tau. 

 
Foto: kirstypargeter / Getty Images


Até então, o exame de diagnóstico conhecido como TEP (tomografia por emissão de pósitrons) focava na beta-amiloide. Graças ao estudo desta proteína é possível detectar a doença em pacientes em estágios adiantados, para um diagnóstico precoce e confiável do Alzheimer.
No entanto, os médicos necessitavam mais ferramentas para estudar e entender a doença nos estágios mais avançados e assim comprovar quais os tratamentos mais efetivos.
O descobrimento dos neurologistas do Missouri parte do estudo com foco em outra proteína que intervém no desencadeamento do Alzheimer: a proteína tau.
Este exame de diagnóstico analisa a proteína tau no lobo temporal, a parte do cérebro encarregada de processar e decifrar a informação através dos sentidos e da linguagem.
Desde o reconhecimento de rostos, de uma voz ou uma melodia, até o controle do equilíbrio ou a regulação de emoções e motivações como a ansiedade, o prazer e a ira, tudo depende do lobo temporal, localizado atrás das têmporas.
Com este teste pioneiro, os médicos observam o comportamento das proteínas acumuladas no cérebro, como interagem à medida que a doença evolui e como reagem aos diferentes tratamentos.
Em comparação com os testes baseados na outra proteína, a nova forma de diagnóstico ilustra de forma mais fidedigna o déficit cognitivo que ocorre no lobo temporal.
Este descobrimento não deixa defasados os diagnósticos já existentes, ambos se complementam. Enquanto o exame anterior continuará servindo para a detecção precoce, o novo permitirá analisar os estágios mais avançados.
A importância deste descobrimento não é apenas sua aplicação imediata, e sim o maior entendimento da patologia, que abre uma porta a várias linhas de pesquisa.
Cerca de 90% do que se conhece sobre o Alzheimer atualmente foi descoberto nos últimos 15 anos, desde que as pesquisas focaram no cérebro.
Os diversos efeitos no corpo e na mente fizeram com que a doença fosse frequentemente confundida com a demência senil no passado.
Por isso, a Associação Internacional do Alzheimer lembra que a doença não é uma forma de envelhecimento e tenta conscientizar as pessoas para que detectem rapidamente os sintomas, já o quanto antes foi iniciado o tratamento, melhores são as perspectivas. 


EFE / TERRA

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