A MUHC (McGill University health Centre) realizou o primeiro transplante de células de ilhotas pancreáticas no Canadá
Uma
universidade localizada em Quebec no Canadá realizou o primeiro transplante de
ilhotas pancreáticas da região. A descoberta realizada foi feita após o complexo
processo de isolamento de células da ilhotas pancreáticas de doadores. O
procedimento não necessita de cirurgia. Isso é um avanço significativo no
tratamento de diabetes do tipo 1 e marca o primeiro passo em que os
investigadores esperam ser o desenvolvimento de um novo
tratamento.
“Para alguns
pacientes, o transplante de pâncreas é uma opção, mas existem riscos
significativos. A cirurgia muitas das vezes envolve o atendimento especializado
na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e uma internação hospitalar que pode durar
até um mês”, disse o Dr. Steven Paraskevas , diretor do
Programa de Transplante de ilhotas pancreáticas do MUHC. A infusão de ilhotas –
agrupamentos de células pancreáticas que produzem insulina – é uma técnica
não-cirúrgica que está sendo explorada em alguns centros médicos universitários,
como uma alternativa ao transplante de
pâncreas.
“Como o
procedimento é minimamente invasivo, que representa uma melhora incrível para os
pacientes, bem como para a área médica, que através deste procedimento reduz o
risco de infecções e internações”, diz Dr. Paraskevas, professor adjunto da
cirurgia na McGill.
Para a
paciente, Zohra Nabbus, a vida com diabetes tipo 1 tornou-se cada vez mais
desafiadora. Após o transplante renal e de pâncreas, ela estava sofrendo
episódios mais frequentes de hipoglicemia. “Eu havia chegado ao ponto onde eu
não conseguia ficar mais sozinha, então quando eu ouvi que o transplante de
células de ilhotas havia sido desenvolvido no MUHC, não havia nenhuma dúvida em
minha mente que eu queria ser uma candidata”, disse
ela.
O processo
começou em maio, onde as células das ilhotas foram separadas a partir de um
doador – um processo delicado, que exigiu anos de investimento em tecnologia e
perícia médica. Dois dias mais tarde, as ilhotas isoladas foram implantadas no
pâncreas do paciente através de um pequeno cateter, no abdómen, sem a
necessidade de cirurgia. Todo o procedimento foi realizado na sala de radiologia
da MUHC.
“Uma vez que as
células foram implantadas no pâncreas, nós monitoramos o paciente e aguardamos”,
diz Dr. Benoit Gallix , Diretor de
Radiologia da MUHC e Presidente do Departamento de Diagnóstico Radiologia da
Universidade McGill, que conduziu o procedimento com a Dra. Tatiana Cabrera , que também é professora assistente na
McGill. “Dentro de poucos dias, o paciente começou a produzir insulina por conta
própria e após várias semanas ela estava completamente livre do uso de insulinas
– todo o processo não poderia ter sido
melhor.”
A vida mudou
rapidamente para Zohra Nabbus. “Depois de viver com diabetes tipo 1 por 35 anos,
é difícil sair do hábito de planejar suas refeições, monitorando o açúcar no
sangue e aplicar a sua insulina, mas finalmente eu posso!”, disse ela. “Eu tenho
mais liberdade e flexibilidade para viver a minha vida e eu me sinto muito mais
segura.”
O MUHC tem
desenvolvido os conhecimentos necessários para realizar esse procedimento
durante a última década e é o único centro no leste do Canadá capaz de isolar e
transplantar células de ilhotas pancreáticas.
O processo já é
reconhecido como tratamento para a diabetes no Reino Unido e na Europa. Há cerca
de três milhões de pessoas que sofrem com diabetes no Canadá, sendo cerca de 300
mil com diabetes tipo 1.
I G
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