Foto:
Guto Kuerten / Agência RBS
Pesquisadores
do Baylor College of Medicine, de Houston, nos Estados Unidos,
descobriram que filhos de mulheres que fazem, voluntariamente,
exercícios na gravidez se tornam adultos fisicamente mais ativos. A
pesquisa foi publicada no científico The FASEB Journal.
Para o
professor de pediatria e especialista em nutrição e genética humana e
molecular do Centro de Pesquisas em Nutrição Infantil da Baylor, um dos
autores do trabalho, embora a investigação tenha sido feita com ratos,
"vários estudos em humanos relataram resultados consistentes com os
nossos".
Por
exemplo, estudos de observação constataram que as mulheres que são
fisicamente ativas quando estão grávidas têm crianças que também tendem a
se mexer mais. Um dos fatores é que mães poderiam passar aos seus
descendentes uma predisposição genética para praticar exercícios.
–
Nossa pesquisa com ratos é importante porque pudemos analisar todos os
efeitos da equação. Foram estudados camundongos geneticamente idênticos e
a quantidade de atividade física das mães antes da gravidez foi
cuidadosamente controlada – disse Waterland.
A equipe de
pesquisadores selecionou ratos fêmeas que gostavam de correr. Eles foram
divididos em dois grupos: um teve acesso a rodas de corrida antes e
durante a gravidez, e o outro, não. Durante o início da gestação, as
fêmeas que correram uma média de 10 quilômetros por noite. Elas se
exercitaram menos com o avanço da gravidez, mas, mesmo no início do
terceiro trimestre, correram (ou andaram) por pelo menos três
quilômetros a cada noite.
Os pesquisadores descobriram que os
ratos nascidos de mães que se exercitaram durante a gravidez eram cerca
de 50% mais ativos fisicamente do que aqueles nascidos de mães que não
foram tão ativas. A atividade aumentada persistiu até a idade adulta e
até melhorou a capacidade para perder gordura durante três semanas de
programa de exercício voluntário. O estudo apoia a ideia de que o
movimento durante a gravidez influencia o desenvolvimento do cérebro
fetal, tornando a prole mais ativa fisicamente ao longo da vida.
–
Embora a maioria das pessoas assuma que a tendência de um indivíduo ser
ativo é determinado pela genética, os nossos resultados mostram
claramente que o ambiente pode desempenhar um papel importante durante o
desenvolvimento fetal – apontou Waterland.
Se um efeito
semelhante for confirmado em humanos, pode representar uma estratégia
eficaz para combater a epidemia mundial atual de sedentarismo e
obesidade. O aumento da atividade física tem importantes implicações
para a saúde, indicam os pesquisadores. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a atividade física insuficiente é um dos 10 principais
fatores de risco para morte no mundo.Vários grupos de peritos, incluindo
o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, têm recomendado que,
na ausência de complicações, as mulheres grávidas que façam 30 minutos
ou mais de exercício moderado por dia.
– Acho que nossos
resultados oferecem uma mensagem muito positiva. Se gestantes sabem que o
exercício não só é bom para elas, mas também pode oferecer benefícios
ao longo da vida para seus bebês, acredito que elas estarão mais
motivadas para se mover — salienta Waterland.
Diário Catarinense
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