quarta-feira, 20 de abril de 2016

Nascido para correr? Estudo sugere que gosto por exercícios começa no útero da mãe


Nascido para correr? Estudo sugere que gosto por exercícios começa no útero da mãe Guto Kuerten/Agência RBS


Foto: Guto Kuerten / Agência RBS


Pesquisadores do Baylor College of Medicine, de Houston, nos Estados Unidos, descobriram que filhos de mulheres que fazem, voluntariamente, exercícios na gravidez se tornam adultos fisicamente mais ativos. A pesquisa foi publicada no científico The FASEB Journal.
Para o professor de pediatria e especialista em nutrição e genética humana e molecular do Centro de Pesquisas em Nutrição Infantil da Baylor, um dos autores do trabalho, embora a investigação tenha sido feita com ratos, "vários estudos em humanos relataram resultados consistentes com os nossos".
Por exemplo, estudos de observação constataram que as mulheres que são fisicamente ativas quando estão grávidas têm crianças que também tendem a se mexer mais. Um dos fatores é que mães poderiam passar aos seus descendentes uma predisposição genética para praticar exercícios.
– Nossa pesquisa com ratos é importante porque pudemos analisar todos os efeitos da equação. Foram estudados camundongos geneticamente idênticos e a quantidade de atividade física das mães antes da gravidez foi cuidadosamente controlada – disse Waterland.
A equipe de pesquisadores selecionou ratos fêmeas que gostavam de correr. Eles foram divididos em dois grupos: um teve acesso a rodas de corrida antes e durante a gravidez, e o outro, não. Durante o início da gestação, as fêmeas que  correram uma média de 10 quilômetros por noite. Elas se exercitaram menos com o avanço da gravidez, mas, mesmo no início do terceiro trimestre,  correram (ou andaram) por pelo menos três quilômetros a cada noite.
Os pesquisadores descobriram que os ratos nascidos de mães que se exercitaram durante a gravidez eram cerca de 50% mais ativos fisicamente do que aqueles nascidos de mães que não foram tão ativas. A atividade aumentada persistiu até a idade adulta e até melhorou a capacidade para perder gordura durante três semanas de programa de exercício voluntário. O estudo apoia a ideia de que o movimento durante a gravidez influencia o desenvolvimento do cérebro fetal, tornando a prole mais ativa fisicamente ao longo da vida. 
– Embora a maioria das pessoas assuma que a tendência de um indivíduo ser ativo é determinado pela genética, os nossos resultados mostram claramente que o ambiente pode desempenhar um papel importante durante o desenvolvimento fetal – apontou Waterland.
Se um efeito semelhante for confirmado em humanos, pode representar uma estratégia eficaz para combater a epidemia mundial atual de sedentarismo e obesidade. O aumento da atividade física tem importantes implicações para a saúde, indicam os pesquisadores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a atividade física insuficiente é um dos 10 principais fatores de risco para morte no mundo.Vários grupos de peritos, incluindo o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, têm recomendado que, na ausência de complicações, as mulheres grávidas que façam 30 minutos ou mais de exercício moderado por dia. 
– Acho que nossos resultados oferecem uma mensagem muito positiva. Se gestantes sabem que o exercício não só é bom para elas, mas também pode oferecer benefícios ao longo da vida para seus bebês, acredito que elas estarão mais motivadas para se mover — salienta Waterland.


Diário Catarinense 

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