segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O que é verdade e o que é boato sobre o zika

  BBC BRASIL / TERRA 

Nas últimas semanas, mensagens escritas e em áudio nas redes sociais – especialmente no WhatsApp – têm criado alarme na população ao narrar cenários catastróficos sobre o surto de zika vírus e sua relação com a epidemia de microcefalia no país.
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Até o dia 30 de janeiro, foram notificados, segundo o Ministério da Saúde, 4.783 casos suspeitos de microcefalia, má-formação que prejudica o desenvolvimento do cérebro do bebê. 

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Médicos ainda investigam se leite materno pode transmitir zika vírus, mas não recomendam parar amamentação
Médicos ainda investigam se leite materno pode transmitir zika vírus, mas não recomendam parar amamentação 
 
 
Foto: ABr / BBCBrasil.com
 
 
Destes, 404 casos de microcefalia foram confirmados - 17 têm ligação confirmada com o zika vírus, os outros estão sendo investigados. Outros 709 foram descartados e 3.670 continuam sob investigação.
O Ministério da Saúde, a Fiocruz e especialistas consultados pela BBC Brasil explicam o que é falso, o que é verdadeiro e o que ainda não está totalmente confirmado entre as afirmações dessas mensagens. 


Falso: Vacinas contra sarampo e coqueluche causaram microcefalia 

 
Diversos boatos circulam nas redes sociais dizendo que vacinas estragadas contra rubéola dadas a grávidas teriam causado microcefalia.
Esta informação é falsa. Primeiro, grávidas não recebem esta vacina. Segundo, de acordo com especialistas e o Ministério da Saúde, as vacinas distribuídas pela pasta são seguras e passam por controle de qualidade.
Também há uma outra teoria, que partiu de um suposto estudo conduzido por um pesquisador independente chamado Plínio Bezerra dos Santos Filho, dizendo que o problema foi a oferta da mesma vacina - não estragada, dentro do prazo de validade - para mulheres em período fértil - e não para grávidas, como diz o outro boato.
O Ministério da Saúde afirma que "as vacinas dupla e tríplice viral são usadas mundialmente, e não haveria condições de isso (más-formações) ocorrer apenas no Brasil" se a culpa fosse da imunização em período fértil.
Além disso, esse "estudo" diz que a vacina contra coqueluche, aplicada no último trimestre de gestação, também teria influenciado no aumento dos casos.
Mas, segundo especialistas e o Ministério da Saúde, estas informações também não se confirmam.
O ministério diz que aplica em gestantes uma vacina contra coqueluche recomendada pela OMS e diz que ela, na verdade, "é comprovadamente uma estratégia importante na prevenção de adoecimento e morte de crianças pequenas".
"Não há até o momento nenhuma evidência científica nacional ou internacional que relacione o aparecimento da microcefalia à administração da vacina dTpa (anticoqueluche) ou qualquer vacina que faça parte do calendário nacional de imunização", afirma o órgão.
De acordo com Pedro Tauil, infectologista da UnB, a vacina contra rubéola tem o vírus atenuado e, se ficassem no organismo seria apenas pelo período em que a própria doença fica, ou seja, cerca de uma semana - e não um ano, como diz o boato.
A vacina contra a coqueluche, segundo ele, também é segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde. 


Falso: Crianças de 1 a 7 anos e idosos estão apresentando 'sequelas neurológicas graves' após zika 

 
Segundo as autoridades de saúde, não está havendo nenhuma mudança significativa nos padrões de casos de danos neurológicos graves em crianças - além do que, estes podem ser provocados por vários fatores, e não necessariamente pelo vírus da zika.
"O vírus da zika e outros, como varicela, herpes vírus, enterovírus e até dengue, podem causar outros danos neurológicos – encefalites, cerebelites e neurites (inflamações no sistema nervoso) –, mas no cenário atual não está havendo grande aumento desses casos em crianças. Isso acontece talvez em 1% dos casos totais e geralmente em pacientes com baixa imunidade", diz a neuropediatra Maria Durce Carvalho, que acompanha casos de microcefalia e outras infecções no Hospital Oswaldo Cruz, em Recife.
"Não sei de onde vem essa informação de que crianças de até sete anos seriam mais suscetíveis, mas não é bem assim", afirma.
Um dos áudios que circulam no WhatsApp diz que há crianças "chegando aos hospitais já em coma" em Pernambuco. Mas em nota sobre os boatos, a Secretaria de Saúde do Estado diz que "não está sendo observada, em qualquer idade, mudança no padrão de ocorrência dos casos de encefalite relacionados ao vírus da zika ou qualquer outro vírus".
"As crianças ou adultos podem apresentar diversos sintomas neurológicos, sendo que estas complicações têm ocorrido numa frequência muito baixa", afirma o comunicado.
O Ministério da Saúde, por sua vez, diz que "entre pessoas infectadas pelo vírus da zika, cerca de 80% não desenvolvem sintomas, sejam adultos ou crianças. Entre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos médicos, uma vez que o zika é uma doença nova e suas complicações ainda não foram descritas". 


Não há confirmação: Há aumento expressivo de casos de síndromes neurológicas associadas à zika 

 
Ao menos seis Estados do Nordeste registraram, em 2015, aumento no número de casos registrados de Síndrome de Guillain-Barré, uma rara doença neurológica autoimune que pode ser provocada por diversos vírus e bactérias, incluindo o zika vírus, a dengue e a chikungunya.
A doença, que tem tratamento, provoca paralisia muscular e, em casos graves, pode atingir os músculos do tórax e impedir a respiração.
Mas essa síndrome passou a ser registrada com mais frequência depois que foi confirmado que o zika vírus poderia causá-la. Normalmente, os serviços de saúde não são obrigados a notificar ocorrências da doença para as secretarias estaduais.
Por causa disso, o Ministério da Saúde diz não ter registros da síndrome no país. Já alguns Estados têm dados sobre a ocorrência da doença em 2015, mas não em anos anteriores. Isso torna mais difícil saber se o aumento dos casos é realmente fora do que ocorreria normalmente após o surto de um vírus como o zika.
"Temos visto um aumento dos casos de Síndrome de Guillain-Barré sim, o que faz sentido, já que temos um surto de dengue, zika e chikungunya", diz a médica pernambucana Maria Angela Rocha, chefe do serviço de infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, em Recife, e parte do grupo de pesquisa sobre o zika vírus e a microcefalia em Pernambuco.
"Mas não é nada como o aumento de casos de microcefalia que tivemos, que é muito fora do padrão."
De acordo com o vice-diretor do Instituto de Microbiologista da UFRJ Davis Fernandes Ferreira, a Polinésia Francesa registrou 20 vezes mais casos de Síndrome de Guillain-Barré após o surto de zika em 2014.
"Nós estamos vivendo possivelmente um dos maiores surtos documentados de zika vírus. Ainda estamos coletando os dados e tentando entender a relação entre ele e a síndrome."
 

Em estudo: Zika pode ser transmitida por fluidos corporais (sêmen, saliva, urina, leite materno, etc.) 

 
Alguns trabalhos científicos internacionais identificaram a presença do vírus da zika no sêmen e no leite materno, mas os cientistas ainda pesquisam se a doença realmente pode ser transmitida por eles.
Na última sexta-feira, a Fiocruz constatou a presença do vírus zika ativo - com potencial de provocar infecção - na saliva e na urina, o que abriria a possibilidade de transmissão pela via oral, ainda sendo investigada. Por enquanto, ainda não é possível afirmar com certeza que o vírus é contagioso dessa forma.
Ainda assim, a entidade sugere a grávidas que evitem aglomerações, não compartilhem talheres ou copos ou beijem pessoas com suspeita de zika.
No caso da transmissão sexual, "(ela) seria possível, porque já há publicação e relato de pessoas com quem isso aconteceu. Mas é uma situação única, porque a pessoa tem que estar infectada, doente e ter relação exatamente nessa época. Não seria uma forma principal de infecção, mas é importante se prevenir", diz o microbiólogo Davis Ferreira.
Também na sexta-feira, o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC na sigla em inglês) emitiu comunicado sugerindo que gestantes em áreas da epidemia da zika - ou cujo parceiro viajou para áreas de risco - abstenham-se de relações sexuais desprotegidas.
Em 2011, um estudo divulgado na publicação científica Emerging Infectious Diseases registrou o caso de um cientista americano que, ao voltar do Senegal, que passava por um surto de zika, teve os sintomas da infecção em casa. Sua mulher, que não havia saído dos Estados Unidos, foi infectada pelo vírus, o que levou à interpretação de que ela teria sido infectada pelo sêmen do marido.
Na última terça-feira, o CDC informou que "o laboratório do CDC confirmou o primeiro caso de zika vírus em um não viajante." Como a pessoa infectada não havia saído do país e estava em uma área que não tem presença de Aedes aegypti, o centro acredita que a transmissão tenha ocorrido por contato sexual.
O vírus também foi encontrado em amostras de leite materno de duas mães na Polinésia Francesa. No entanto, o vírus encontrado não era do tipo replicante, que transmite a doença.
Para Ferreira, é difícil que o vírus no leite cause infecção no bebê, já que o zika não é adaptado para a transmissão por via oral. "Transmitido pelo leite, ele teria que passar pelo estômago do bebê, e o suco gástrico (que ajuda a digerir os alimentos) é muito hostil", diz.
Segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco, ainda não existem provas suficientes de que o vírus possa ser transmitido pelo leite materno para que se recomende interromper a amamentação. Além da nutrição do bebê, o leite materno é importante para protegê-lo de doenças.
Além disso, os especialistas esclarecem que, ainda que infectado pelo vírus, o bebê recém-nascido não desenvolveria microcefalia, porque seu cérebro já está praticamente formado.
Verdade: A melhor proteção contra a zika é combater o mosquito Aedes aegypti
Até o momento, não há vacina contra o zika vírus no mundo. E o processo de desenvolvimento e aprovação de uma pode levar até 10 anos, segundo o Ministério da Saúde.
Além disso, atualmente é difícil até mesmo diagnosticar a doença e diferenciá-la com certeza da dengue e da febre chikungunya.
Portanto, a melhor forma de se prevenir continua sendo evitar o contato com o mosquito Aedes aegypti , que transmite todas elas.
Além de evitar manter água parada em reservatórios sem tampa ou em utensílios domésticos, é essencial usar repelente tanto em adultos quanto em crianças após os seis meses de idade.
Para gestantes e recém-nascidos, recomenda-se também usar roupas longas, que deixem menos partes do corpo expostas.
Algumas mensagens no WhatsApp recomendam o uso de repelentes caseiros, mas, segundo os médicos, não há comprovação de que eles sejam eficientes.
Nas farmácias, há repelentes à base de substâncias como DEET, EBAAP e Icaridina, em concentrações diferentes. Todos eles podem ser usados por gestantes e por crianças a partir dos 2 anos. Para as crianças, no entanto, são recomendados repelentes menos concentrados.
Os médicos recomendam passar o produto na pele e por cima das roupas, especialmente nos horários que os mosquitos mais atacam, à noite e no início da manhã.
  • Esta reportagem foi publicada originalmente em 10 de dezembro e atualizada com novos "rumores" de grande circulação nas redes sociais.
  • Colaboraram Marina Wentzel, da Basileia (Suíça), Luciani Gomes, do Rio, e Luiza Bandeira, de Londres. 


Antártida pode ter piscina de meteoritos, dizem cientistas 

 

As rochas espaciais podem ter caído na Terra durante a formação do Sistema Solar


Uma espécie de piscina de meteoros pode estar enterrada debaixo do gelo na Antártida, segundo uma pesquisa recém-divulgada pela Universidade de Manchester, no Reino Unido.
A Antártida é um dos melhores lugares para se buscar meteoritos
A Antártida é um dos melhores lugares para se buscar meteoritos
 
 
Foto: BBC Brasil
 
De acordo com os pesquisadores, essas rochas espaciais podem estar a muitos centímetros debaixo do gelo e vão se afundando cada vez mais, por conta do gelo derretido pelo sol no verão.
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Esses meteoritos podem ter caído na Terra durante o período de formação do Sistema Solar - e desde então estariam presos no subsolo.
A hipótese foi formulada por meio de experimentos feitos em laboratórios. Mas agora os pesquisadores querem provar a ideia, indo atrás das rochas no local.
"O estudo propõe uma hipótese - que as amostras de meteoros devem estar lá. Nós queremos apenas ir até lá pessoalmente e localizá-las", afirma a pesquisadora Katherine Joy, da Universidade de Manchester, que é coautora do estudo, publicado na revista Nature Communications.
A Antártida é conhecida como um terreno fértil para quem procura meteoritos, porque as rochas são levadas dos locais onde caíram por ondas glaciais e transportadas para lugares específicos, onde ficam concentradas. 

Meteoritos ferrosos são menos comuns na Antártida do que em outros lugares
Meteoritos ferrosos são menos comuns na Antártida do que em outros lugares 
 
 
Foto: BBC Brasil
 
"A melhor coisa da Antártida é que os meteoritos caem no gelo, e o gelo vai progressivamente os levando para esse plateau. E onde eles encontram essas barreiras, ao longo das montanhas, o gelo continua", disse Joy. 


Ferro 

 
No entanto, os pesquisadores notaram que esses meteoritos ferrosos - cuja a composição é formada parcial ou totalmente pelo metal - são surpreendentemente raros na Antártida, se comparado com a porcentagem desse tipo de rocha no restante do mundo.
Segundo a pesquisadora, para descobrir o porquê, eles congelaram dois pedaços pequenos de meteoritos, um ferroso e outro não. Ambos foram colocados em um bloco de gelo. Uma lâmpada especial foi colocada para imitar o sol.
Ambos foram derretendo o caminho até o fundo do bloco do gelo. Mas pelo fato de o metal conduzir o calor com muito mais eficiência, o meteorito ferroso se afundou mais e mais rápido.
Os pesquisadores também fizeram essa simulação com fórmulas matemáticas. E concluíram que o sol faz as rochas ferrosas afundar mais rápido durante o verão.
"'A ideia é que essas rochas nunca chegam à superfície. Estão presas para sempre a 50 ou 100 centímetros debaixo do gelo", explica Joy.
Mas, de todos os meteoritos já coletados na Antártida, apenas alguns foram retirados do subsolo, de debaixo do gelo. As temperaturas baixas dificultam em muito essa tarefa.
Por isso, a equipe está munida de detectores de metal para acertar o local com precisão. E a recompensa científica pode ser bem alta.
"Todo meteorito que encontrarmos vai nos dizer algo novo sobre o Sistema Solar", afirma Joy.
Algumas rochas são provenientes de épocas anteriores à formação dos planetas, enquanto outras podem dar informações sobre estágios em que os planetas estavam se consolidando. 


BBC BRASIL / TERRA 



Comer muito peixe durante gravidez aumenta risco de obesidade no bebê, diz estudo

As mulheres grávidas que comem peixe mais de três vezes por semana têm um risco aumentado de dar à luz crianças com perturbações do sistema endócrino, de acordo com uma pesquisa publicada segunda-feira nos Estados Unidos. Os peixes são uma fonte comum de poluentes orgânicos e uma exposição frequente a esses produtos químicos, incluindo os desreguladores endócrinos, pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade na infância ou transtornos de crescimento, segundo os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado no Journal of the American Medical Association Pediatrics. Em 2014, a agência norte-americana que controla os medicamentos (FDA) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA) alertaram as mulheres grávidas ou que pretendiam engravidar a não consumirem peixe mais de três vezes por semana para limitar a exposição fetal ao mercúrio. Este metal pesado é tóxico para o desenvolvimento do cérebro infantil. Não há uma resposta clara sobre a quantidade ideal e os tipos de peixes que podem ser consumidos durante a gravidez e os efeitos no crescimento e desenvolvimento da criança, observam os pesquisadores. Eles analisaram dados de 26.184 mulheres grávidas e seus descendentes na Europa e nos Estados Unidos para examinar a relação entre o consumo de peixe materno e o crescimento da criança e o impacto sobre sobrepeso e obesidade. As crianças foram acompanhadas até a idade de seis anos. O consumo médio de peixe durante a gravidez variaram segundo os países de 0,5 vezes por semana na Bélgica para 4,45 vezes em Espanha. Além de três vezes por semana, o consumo de peixe é considerado alto, disseram os pesquisadores. Entre as 8.215 crianças acompanhadas no estudo, 31% experimentaram uma rápida taxa de crescimento desde o nascimento até seu segundo aniversário, enquanto que 4.987 (19,4%) e 3.476 (15,2%) estavam com sobrepeso ou obesas aos quatro e seis anos, respectivamente. As mulheres que consumiram peixe mais de três vezes por semana durante a gravidez deram à luz maior número de crianças cujo índice de massa corporal era mais elevado aos dois, quatro e seis anos comparativamente às mulheres que consumiram menos peixe, determinaram os pesquisadores. "A contaminação dos peixes por poluentes no meio ambiente pode ser uma explicação para os efeitos observados em crianças pequenas entre a quantidade de peixe consumida por suas mães quando estavam grávidas e o aumento do excesso de peso entre as crianças", concluem os autores do estudo. Mas eles apontam que os dados recolhidos e analisados não lhes permitem distinguir entre diferentes tipos de peixe, método de preparação e sua fonte (rio ou mar).


js/gkg/mm  / DIÁRIO CATARINENSE


Mudanças climáticas ameaçam absorção de CO2 por florestas



O aquecimento global reduzirá significativamente a capacidade de armazenamento de dióxido de carbono (CO2) das florestas tropicais, adverte o relatório de um instituto de pesquisas francês. A elevação das temperaturas, a diminuição dos regimes de chuva e a menor duração das estações vegetativas "poderiam provocar uma diminuição de 17% do armazenamento de carbono florestal até 2080", destaca o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisas Agronômicas para o Desenvolvimento (Cirad). Estas conclusões, publicadas no Journal of Ecology após um estudo feito em Madagascar, questionam o conceito de "efeito fertilizante do CO2" em que se baseiam outros prognósticos que preveem que as florestas tropicais "continuem funcionando como poços de carbono até 2100". Mais preocupante ainda, as florestas poderiam, segundo o Cirad, as florestas poderiam "se tornar emissoras de CO2 e acelerar as mudanças climáticas". "Existe o risco de que as florestas tropicais úmidas que hoje conhecemos acabem por se parecer com savanas arborizadas", afirma Ghislain Vieilledent, coordenador do estudo, citado em um comunicado da entidade.

ISTOÉ DINHEIRO 



Leite e carne orgânicos têm maior teor de ômega-3, diz estudo



O leite e a carne orgânicos são muito mais ricos em ômega-3 ácidos graxos essenciais para o bom funcionamento do corpo humano, e a carne orgânica contém menos gorduras saturadas, acusadas de aumentarem o risco de doenças cardiovasculares, segundo um estudo publicado nesta terça-feira. O leite e a carne orgânicos contêm cerca de 50% de ácidos graxos ômega-3 a mais do que o leite e a carne provenientes da agricultura tradicional, segundo este estudo publicado no British Journal of nutrition. Os pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, examinaram 196 artigos consagrados ao leite e 67 à carne e "encontraram diferenças claras entre leite e carne orgânicos e convencionais, especialmente no que diz respeito ao teor de ácidos graxos". "Os ômega-3 contribuem para reduzir as doenças cardiovasculares, melhoram o desenvolvimento neurológico e a função imune", comentou Chris Seal, um dos professores. Ele ressaltou que se a Agência Europeia de Segurança Alimentar preconiza dobrar a ingestão de ácidos graxos do tipo ômega-3 no regime alimentar das populações da Europa, ele é difícil de ser absorvido por meio da alimentação tradicional. "Nosso estudo sugere que optar pelo orgânico permitiria numa certa medida melhorar a ingestão destas substâncias nutritivas essenciais", explica Seal. Aumentar a porção de ômega-3 não significa absorver mais calorias ou gorduras saturadas indesejáveis, ressaltaram os pesquisadores.


Dt/BC/DS/mm  /  ZERO HORA

Traumatismo craniano triplica risco de suicídio, aponta estudo




O traumatismo craniano está vinculado a um risco três vezes maior de suicídio entre adultos, comparado ao restante da população, segundo um estudo canadense divulgado nesta segunda-feira. Os resultados corroboram estudos anteriores, segundo os quais o traumatismo pode provocar alterações fisiológicas duradouras invisíveis ao scanner. Tratam-se de alterações na serotonina, hormônio do sistema nervoso central que desempenha um papel-chave na depressão. "Devido ao desaparecimento rápido dos sintomas depois do traumatismo (vertigem, dor de cabeça, etc.), os médicos tendem a subestimar seus efeitos nefastos e sua importância no histórico médico do paciente", assinala o pesquisador Donald Redelmeier, do Instituto de Análises Científicas Clínicas de Toronto, Canadá, principal autor do estudo, publicado pela revista especializada da associação médica canadense. "Vidas poderiam ser salvas" caso se desse mais atenção aos efeitos duradouros de uma comoção cerebral, acrescentou. Neste estudo, os pesquisadores examinaram o histórico médico de 235.110 pacientes, com idade média de 41 anos, que sofreram traumatismo craniano ao longo de um período de 20 anos, na província canadense de Ontario. Durante um período de acompanhamento de 9,3 anos, foram registrados 667 suicídios, por overdose de soníferos ou enforcamento, principalmente. A maioria das pessoas nunca tinha sido tratada de doença psiquiátrica.


js/lm/fj/lb / Diário Catarinense



Cientistas britânicos estudam o QI dos cachorros



Cientistas britânicos estudam o QI dos cachorros Stock.xchng/divulgação


Foto: Stock.xchng / divulgação


Os donos de cachorros que acreditam que seus pets são mais inteligentes que os outros animais podem ter razão, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista britânica Intelligence, baseado em testes de inteligência realizados com 68 cães pastores. 
Os pesquisadores da London School of Economics (LSE) e da Universidade de Edimburgo construíram um local especial para esta experiência realizada com cachorros da raça border collie, nos quais se mediu sua capacidade de orientação, velocidade e perícia.
Um dos experimentos consistiu em ver como os cachorros chegavam até um prato de comida que podiam ver, mas que estava atrás de uma barreira, ou medir com que rapidez iam ao prato com mais comida quando lhe eram oferecidos dois. 
– Dentro de uma mesma raça de cães há diferenças nos resultados. O cachorro mais rápido e exato em uma tarefa tem a propensão de também ser em outra – afirmam os cientistas. 
Rosalind Arden, da LSE, afirma que este estudo é "o primeiro passo no desenvolvimento de um teste de quociente intelectual (QI) para cachorros, rápido e confiável". 
Os pesquisadores também chegaram à conclusão de que os cães desenvolvem demência senil de um modo parecido com os homens.


Diário Catarinense 

Obesidade e diabetes na gestação aumentam risco de autismo em bebê



Pesquisa desenvolvida nos EUA aponta que probabilidade de desenvolver transtorno pode ser quatro vezes maior

Obesidade e diabetes na gestação aumentam risco de autismo em bebê Shutterstock/Shutterstock

 
Foto: Shutterstock / Shutterstock
 
 
Filhos de mães obesas e diabéticas têm uma probabilidade quatro vezes maior de serem diagnosticados com transtorno do espectro autista, em comparação com aqueles cujas mães não têm nenhuma das condições. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Pediatrics. Embora a obesidade e o diabetes já sejam condições que, separadamente, aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome, o novo estudo mostrou que, quando combinadas, essa probabilidade dobra.
Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram os registros de 2.734 crianças nascidas no Centro Médico de Boston. Nos prontuários havia informações sobre a saúde das mães antes e durante a gestação. Os autores também acompanharam as crianças até o início da infância, quando o autismo geralmente é diagnosticado.
Os resultados mostraram que as crianças cujas mães eram obesas antes da gravidez corriam o dobro de risco de serem diagnosticadas com autismo, quando comparadas com aquelas de mães com peso considerado normal. Mulheres com diabetes antes da gestação ou que desenvolveram diabetes gestacional também tinham risco duas vezes maior de ter um filho com autismo, em comparação com aquelas sem a condição. No entanto, esse risco foi ainda maior quando as duas condições estavam juntas. A probabilidade de ter um filho com autismo nesses casos era quatro vezes maior. Os pesquisadores também descobriram que diabetes e obesidade aumentam o risco de deficiência intelectual na criança. — Nossa pesquisa mostra que o risco de autismo começa no útero. Agora, é importante tentar entender o que há na combinação de diabetes e obesidade que está potencialmente contribuindo para uma saúde fetal aquém do ideal — explicou Daniele Fallin, coautora do estudo. De acordo com os pesquisadores, obesidade e diabetes são condições que, em geral, já estressam o corpo humano. Pesquisas anteriores sugerem que a obesidade em gestantes pode estar associada a uma inflamação no desenvolvimento cerebral do feto. Outros estudos indicam que mulheres obesas têm menos ácido fólico, um tipo de vitamina B vital para a saúde e desenvolvimento humano. — Talvez nós precisemos considerar não somente a saúde na gravidez, mas também na pré-gravidez para prevenir o autismo — argumentou Daniele. Diante desses resultados, os autores sugerem que mulheres que estão pensando em engravidar lembrem que diabetes e obesidade são condições que podem afetar também a saúde do bebê. Uma melhor administração destas condições pode ter um impacto benéfico e duradouro na vida de ambos.


Diário Catarinense 

Tereré: conheça os segredos do mate gelado










Especialmente no Rio Grande do Sul, o mate ou chimarrão é uma das bebidas mais tradicionais. Mas é nos dias quentes que uma versão gelada desse líquido ganha força: o tereré. A bebida é feita basicamente com chá da erva-mate, preparado com cubos de gelo, água gelada, suco de frutas ou ervas. O melhor de tudo? Pode fazer bem para sua saúde.

Uma bebida refrescante

Em alguns países essa bebida é tão famosa que ganhou um dia especial. Por exemplo, o último sábado de fevereiro é considerado no Paraguai o Dia do Tereré ou Tererê, como também é conhecida. Ela surgiu como a versão fria de chimarrão, consumido em muitos estados brasileiros, Paraguai, Argentina e Uruguai. Suas origens remontam a Guerra do Paraguai.
Conta-se que os soldados não conseguiam fazer uma fogueira para esquentar a água, já que assim revelariam aos inimigos sua localização exata. Justamente por isso, eles passaram a tomar a erva-mate com água fria. A bebida se tornou tão tradicional quanto o mate convencional.

Preparando o tereré.





Tereré pode substituir o café e ainda ajuda a reduzir o colesterol ruim. 
 
 
 
Foto: Shutterstock
E não se trata apenas de um líquido saboroso, já que a combinação pode ser muito benéfica para a saúde. A erva-mate é rica em antioxidantes, cerca de 90% a mais do que o chá verde. Ela é capaz de retardar os sinais de envelhecimento, desintoxicar o sangue e prevenir muitos tipos de câncer.
Não bastasse isso, também ajuda a reduzir estresse e insônia. Ela pode substituir o café, já que também contém cafeína. Com isso, é possível ter um aumento da energia mental, clareza e foco, mas sem os efeitos colaterais desagradáveis associados ao consumo da substância – dores de cabeça, estômago e nervosismo, por exemplo.
A erva-mate ainda contém compostos como polifenóis, benéficos na redução do risco de doenças cardiovasculares. Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sugere que a ingestão do produto tem impacto positivo sobre os parâmetros lipídicos e que ajuda a reduzir o colesterol LDL  (ruim) em pessoas com hipercolesterolemia.
O consumo também protege o tecido do miocárdio do coração e reduz o estresse oxidativo – conhecido como uma das causas do acidente vascular cerebral.

Como preparar um tereré

Para fazer essa bebida, você primeiro precisa escolher a erva-mate. A melhor opção são as folhas moídas grossas, que costumam manter o sabor da erva por mais tempo. O preparo exige ainda um guampo, uma cuia ou um copo grande. Outro item indispensável é uma bomba para chimarrão.
Os sucos mais populares para utilizar no tereré são limão, laranja ou toranja. A combinação deles e outros sucos ajuda a tornar essa bebida uma opção única. É possível ainda utilizar ervas aromáticas, como hortelã e capim-limão.
A preparação é muito simples. Basta encher a guampa ou o copo de erva-mate, colocar a bomba de um dos lados e despejar o suco ou água fria. Muitas pessoas adoram o primeiro gole porque ele é o mais rico em nutrientes, enquanto outros o evitam em razão do sabor forte.


DOUTÍSSIMA / TERRA 

A sua barba pode estar impedindo que você fique doente



(Foto: Getty Images)
 
 

Porque geralmente nós não associados barbas à limpeza e higiene.
 


Diferentemente da crença popular, um estudo recente descobriu que pessoas sem pelos faciais têm uma probabilidade maior de abrigar bactérias perigosas do que seus colegas mais peludos. Pesquisas posteriores descobriram que as barbas podem ter propriedades antibacterianas.
 
 
História completa

As barbas, na maior parte do tempo, transmitem uma ideia de masculinidade. Elas são a forma mais fácil de parecer mais durão, mas não costumam ser associadas a uma higiene excepcional. Na verdade, um estudo recente descobriu que algumas barbas contêm as mesmas bactérias encontradas nas fezes, embora se tratasse de um experimento com pouquíssimo embasamento científico. Será que uma pesquisa mais dirigida poderia produzir resultados diferentes? De acordo com os pesquisadores do Boston’s Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, a resposta é sim. Sua pesquisa a respeito do tema concluiu que os homens que usam barba carregam menos bactérias do que aqueles com o rosto liso.

O estudo foi realizado em um hospital, onde foram recolhidas amostras de saliva de mais de 400 funcionários, com ou sem barba. Surpreendentemente, os participantes que usavam barba tinham uma chance menor de carregar o staphylococcus aureus resistente à meticilina, mais conhecido como o super-resistente MRSA. Os pesquisadores supõem que o ato de passar a lâmina na pele para fazer a barba cria abrasões microscópicas no rosto que servem como locais perfeitos para o crescimento desta bactéria perigosa.

Isso certamente pode ser verdade, e Michael Mosley, apresentador do programa do canal BBC chamado ‘Trust Me I’m a Doctor’, acredita que outros fatores podem ter influenciado este resultado. Ele enviou amostras de mais de 100 homens que usavam barba para um microbiólogo com a intenção de analisar se as bactérias podiam crescer em placas de petri. A resposta? Sim, e muito. Embora tenha sido encontrada uma infinidade de bactérias inofensivas, ele também fez uma descoberta curiosa — em algumas amostras, algo parecia estar matando ativamente as bactérias. As bactérias são mais do que pragas onipresentes; elas são micro-organismos extremamente sofisticados que competem uns com os outros por recursos, assim como os animais. De acordo com o biólogo, é totalmente possível que algumas das bactérias presentes nas barbas tenham evoluído de forma a liberar toxinas antibióticas poderosas que afastam as bactérias prejudiciais.

Esta hipótese não é surpreendente quando analisada de um ponto de vista histórico. Embora o hábito de fazer a barba tenha raízes incrivelmente profundas, houve uma época em que os humanos (ou pelo menos os nossos antepassados) eram incapazes de se livrar dos pelos corporais. Não faria sentido que estes genes sobrevivessem se possuir uma barba fosse algo prejudicial à nossa saúde.


Yahoo

Hidratos de carbono: o segredo está no consumo moderado



Doutíssima / Terra








Você provavelmente já ouviu falar em alimentos e dietas low carb, mas elas nem sempre são recomendadas. Afinal, o corpo humano precisa dos hidratos de carbono – mais conhecidos como carboidratos.
Os alimentos que os contêm funcionam como fonte de energia para o organismo. Ou seja, é importante que eles sejam consumidos. O segredo está na escolha das comidas e na quantidade ingerida.

Como os carboidratos trabalham em seu corpo

Os hidratos de carbono são constituídos por grupos de moléculas conhecidos como sacarídeos. Eles contêm átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio em diferentes combinações. Há duas classes principais de carboidratos: simples e complexos.
Os simples têm um ou dois sacarídeos ligados entre si. Eles são principalmente os açúcares, encontrados em frutas, mel, leite e adoçantes comerciais. Os complexos possuem muitos sacarídeos e são conhecidos como amidos e fibras encontrados em vegetais, grãos e legumes.




Pães são fonte de hidratos de carbono.








Pães integrais fazem parte da lista de alimentos que são fontes de hidratos de carbono. Foto: iStock, Getty Images
 
 
O papel principal dos hidratos de carbono é fornecer energia para o corpo. É por isso que são importantes em qualquer dieta. Não se trata de comê-los ou não, mas sim qual tipo de carboidrato você escolhe para ingerir.
Isso faz toda a diferença, já algumas fontes são mais saudáveis do que outras. Um pão de trigo integral que contém centeio, cevada e quinoa é melhor escolha do que um pão branco refinado ou batatas fritas, segundo uma pesquisa do Brigham and Women’s Hospital e da Harvard Medical School, por exemplo.
É preciso ainda atenção na quantidade de carboidratos que são consumidos. Você necessita ingerir o suficiente para ter energia e manter os sistemas do corpo em funcionamento. Quando em excesso, ele fica acumulado em forma de gordura.
A moderação é a palavra-chave. De acordo com a National Academy of Sciences-Food and Nutrition Board, recomenda-se que 55% a 65% das calorias diárias consumidas sejam carboidratos.

Escolhendo bons hidratos de carbono

As fontes mais saudáveis ​​de carboidratos são aquelas não transformadas ou minimamente processados. Grãos integrais, legumes e frutas são boas opções, principalmente porque também são ricos em vitaminas, minerais, fibras e uma série de importantes fitonutrientes.
Tente ficar longe dos carboidratos simples ou refinados. Por exemplo, pão branco, bolos e outros alimentos altamente processados não contêm a mesma quantidade de fitonutrientes e são facilmente digeridos pelo organismo – o que muitas vezes contribui para o ganho de peso, diabetes e doenças cardíacas.
Quer algumas dicas? Confira abaixo como adicionar carboidratos saudáveis à dieta:
  • Comece o dia com grãos integrais: escolha um cereal que tenha pelo menos quatro gramas de fibra e menos de oito gramas de açúcar por porção
  • Use pães integrais: olhe o rótulo do pão e na lista de ingredientes veja se o primeiro deles é farinha de trigo integral, centeio integral ou algum outro grão inteiro – dê preferência a eles
  • Escolha a fruta inteira, ao invés do suco: uma laranja tem duas vezes mais fibra e metade do açúcar do que um copo de suco de laranja
  • Troque a batata pelos grãos: o feijão é uma excelente fonte de hidratos de carbono que são digeridos lentamente e um ótimo substituto para a batata.  


Possível ação hormonal da soja gera debate sobre seu consumo na infância



Consumo excessivo do grão poderia levar à puberdade precoce

Possível ação hormonal da soja gera debate sobre seu consumo na infância freeimages/divulgação

 
Foto: freeimages / divulgação



Entre as muitas preocupações que pais e mães têm em relação à alimentação de seus filhos, uma tem sido assunto frequente: a possibilidade de que o consumo excessivo de soja na infância leve à puberdade precoce. Segundo os especialistas, a hipótese não é descabida, mas ainda não se pode inocentar nem culpar o alimento.
A principal desconfiança está no fato de que a soja é rica em isoflavonas, substâncias que têm estrutura química similar aos hormônios femininos, os estrógenos. As isoflavonas seriam, então, reconhecidas pelo organismo como se fossem o estrógeno e desencadeariam a ação hormonal.
— Existe uma preocupação bastante grande de que uma exposição muito antecipada e em quantidade possa exercer um papel semelhante ao hormônio feminino, induzindo a casos de quadros de precocidade sexual — observa a endocrinologista pediátrica do Hospital Moinhos de Vento Cristiane Kopacek.
No entanto, ela reforça que os estudos sobre o tema são escassos. Uma pesquisa de grande repercussão, publicada nos Arquivos de Endocrinologia e Metabologia de 2007, analisou o caso de uma menina de quatro anos e nove meses que apresentou desenvolvimento dos tecidos mamários. Ao investigar a dieta da criança, foi constatado excesso no consumo diário de soja. Depois de reduzir essa quantidade, o volume das mamas da criança voltou ao esperado para a faixa etária.
De acordo com Cristiane, as poucas pesquisas existentes indicam uma possível associação entre o consumo excessivo de soja e desenvolvimento precoce da puberdade.
— Mas temos de lembrar que os organismos são diferentes. O que pode causar efeito para um pode não causar para outro — pondera a endocrinologista.
Para o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho, faltam trabalhos científicos robustos que comprovem a ligação. O consumo moderado não teria força suficiente para provocar a aceleração da puberdade.
— Alguns estudos mostram que, se houver um consumo exagerado de soja entre crianças e adolescentes, as isoflavonas, por mimetizarem o estrogênio (hormônio feminino), poderiam favorecer essas alterações. Mas essa quantidade seria acima de 40mg a 50mg por dia. Isso seria equivalente a consumir em torno de três litros de suco de soja por dia, o que, na prática, é quase impossível — justifica o nutrólogo.
Diante da ausência de resultados conclusivos, a orientação é não proibir, mas moderar o consumo de produtos à base da soja na alimentação infantil:
— Os estudos classificam como mínimos os efeitos adversos para o crescimento infantil, sendo necessário ter atenção à idade da criança, pois a fórmula infantil à base de soja somente deve ser utilizada por crianças com mais de seis meses. É importante deixar claro que as famílias devem utilizar a soja conforme a prescrição do nutricionista ou médico — pontua a nutricionista infantil Ana Carolina Terrazzan.



Diário Gaúcho




Respirar pela boca ao dormir aumenta risco de ter cáries, segundo estudo



As pessoas que respiram pela boca quando dormem e as que sofrem de apneia do sonho correm mais risco de ter cáries do que as que o fazem pelo nariz, segundo um estudo da Universidade de Otago, da Nova Zelândia, divulgado nesta segunda-feira (data local).
"Nossa pesquisa respalda a ideia de que respirar pela boca pode ser um fator fortuito vinculado às doenças dentais como a erosão do esmalte e as cáries", disse a chefe da pesquisa, Joanne Choi, para a "Radio New Zealand".
Na pesquisa foram estudados os níveis de ph oral de dez voluntários que dormiram de forma alterna com pinças no nariz que os obrigava a respirar pela boca durante o sono.
No estudo, publicado no "Journal of Oral Rehabilitation", se descobriu que os pacientes que foram forçados a dormir com a boca aberta tinham um ph médio de acidez de 6,6 comparado com o ph neutro de 7 registrado em quem respirava pelo nariz durante o sono.
Muitas vezes o nível caiu a 3,6, que está muito abaixo do limite de 5,5 quando o esmalte começa a se desmineralizar, nos casos em que os voluntários foram forçados a respirar pela boca, acrescentou a fonte.
O ph, cujos valores normais oscilam entre 5,6 e 7,6, ajudam a proteger a integridade da mucosa, acabar com restos alimentícios e bactérias, neutralizar os ácidos e remineralizar as lesões dentárias e possui, além disso, propriedades antibacterianas. 


EFE / TERRA 

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