Se
você pensa que ferver água, imergir um saquinho com folhas secas
dentro, esperar uns minutos e sorver o líquido colorido consiste em
consumir chá, a notícia é ruim: está enganado. Chá é somente o nome de uma planta, a Camellia sinensis.
Das folhas dela, podem ser feitos seis tipos da bebida que, aos poucos, ganha adeptos no Brasil: chá branco, chá amarelo (derivado do verde, é caro e raro, encontrado somente em algumas regiões da China), chá verde, oolong (chá azul semi-oxidado), chá preto e chá escuro (único chá fermentado, sendo o mais conhecido o Pu-Erh).
A
principal diferença entre eles consiste no método de fabricação que,
por sua vez, influencia no grau de oxidação. Hibisco, camomila ou
capim-limão, por exemplo, são ervas ou flores comumente chamadas de
infusões.
Consumidores
assíduos dispensam os sachês, que começaram a ser produzidos no
pós-Revolução Industrial, e usam as folhas secas. Adoçar é considerado
heresia, porque as principais características são mascaradas. Além
disso, conforme a sommelier Dani Lieuthier, que criou o Instituto do Chá em Curitiba e esteve em Florianópolis nesta semana, existem três fatores essenciais para o preparo ideal dos chás: temperatura, tempo e quantidade.
Esqueça os sachês: bebida boa é aquela preparada com a infusão das folhas secas
Foto: Cristina Souza / Divulgação
Temperatura
Recomenda-se o preparo em bules, e não direto na xícara, para que o calor seja mantido por mais tempo. É indicado, inclusive, que os bules sejam pré-aquecidos. Mas cuidado com temperaturas muito altas: quanto mais graus e maior o tempo de infusão, mais taninos serão liberados da Camellia sinensis. São essas substâncias que podem amargar demais a bebida. O limite de temperatura para o chá verde é 85º C, ou seja, ela não deve ferver. O mesmo vale para o chá preto. Somente infusões podem ser feitas com água a 100º C. O uso de termômetro é indicado – algumas chaleiras elétricas já contam com essa facilidade.
Tempo
As misturas, conhecidas por blend, possuem tempos diferentes de preparo. Para que a bebida fique harmoniosa, é bastante importante seguir à risca, pois cada ingrediente tem um tempo diferente para liberar seu sabor. Retirar o infusor do contato com a água após a hora indicada também é fundamental para que o chá não fique amargo demais. Certo amargor faz parte, principalmente em chás verdes ou pretos.
Quantidade
Não
se deve utilizar mais do que 2 g (uma colher de chá!) de cada chá ou
infusão para 200 ml de bebida. Mas essa regra não é fixa: alguns blends mais volumosos e leves podem ser preparados a partir de três colheres de chá para que atinja os 2 g recomendados.
Diário Catarinense
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