sexta-feira, 29 de julho de 2016

Confira os riscos de 5 remédios que a maioria das pessoas consome

Livro lançado neste mês aponta quais os malefícios de medicações como aspirina e sal de fruta 

Confira os riscos de 5 remédios que a maioria das pessoas consome  Pexels/Pexels
Foto: Pexels / Pexels
Karine Wenzel


Pode parecer inofensivo, mas aquele comprimido para a dor de cabeça ou do estômago - que muitos tomam com frequência - podem trazer sérios riscos à saúde. Esse é um dos temas abordados do livro Tarja Preta - Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma, da Superinteressante, lançado neste mês. A autora, a jornalista especializada em ciência Marcia Kedouk, reforça que os remédios salvam e prolongam vidas, o problema estar em usá-los de forma errada ou nem ir atrás de informações ou sequer ler a bula.
 
— Um dos perigos é achar que remédios que não requerem receitas são livres de riscos, nenhum é. Outro é passar a tomar frequentemente, sem passar pelo médico, medicamentos que deveriam ser usados vez ou outra. Isso pode mascarar males que merecem investigação mais cuidadosa de um profissional — diz Marcia, que também é autora do livro Prato Sujo - Como a indústria manipula os alimentos para viciar você.

Porém ela acrescenta que o problema não é "tomar um comprimido para dor de vez em quando":

— A questão é tomar sempre, aumentar a dose e não investigar as causas. A automedicação começa a se tornar um problema sério quando vira rotina — completa.


Confira os riscos de 5 remédios populares

Tylenol
Princípio ativo: paracetamol
Efeitos desejados: o remédio diminui o envio de mensagens aos receptores de dor e atua na regulação da temperatura do corpo, baixando a febre. Quando o paracetamol é metabolizado pelo fígado, uma pequena parte se transforma em uma substância tóxica, a NAPQI, que na maioria dos casos é rapidamente eliminada.
Riscos: para adultos, a partir de 4 gramas por dia ou 1 g de uma vez só, o fígado pode não dar conta de toda a NAPQI produzida. Nesse caso, aumenta o risco de lesões irreversíveis e falência do órgão. As crianças são ainda mais vulneráveis. As superdosagens podem acontecer porque outros medicamentos também possuem o mesmo princípio ativo, como remédios para febrem alergia e inflamação. Por exemplo, você toma um Tylenol para febre (750 mg de paracetamol) e um Resfenol (400 mg) para coriza, congestão nasal e outros desconfortos do resfriado. É 1,55 grama por dose, o que já traz riscos para o fígado.

Neosaldina
Princípios ativos: dipirona, mucato de isometepteno e cafeína.
Efeitos desejados: a dipirona diminui a dor e a febre, o isometepteno e a cafeína reduzem o calibre dos vasos sanguíneos do cérebro, enfraquecendo a dor.
Riscos: não precisa nem exagerar no consumo para se expor a dois efeitos colaterais raros, mas potencialmente fatais da dipirona. Um é a diminuição da quantidade de células do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Outro, especialmente em asmáticos, é o choque anafilático, reação alérgica grave que pode acontecer mesmo em quem está acostumado a usar a medicação. Esses riscos levaram muitos países a proibir a dipirona, como os EUA e a Austrália. Outro problema com os remédios contra dor de cabeça é que eles podem diminuir a capacidade do corpo de liberar endorfinas, nossos analgésicos interiores.

Dorflex
Princípios ativos: dipirona, citrato de orfenadrina e cafeína.
Efeitos desejados: a dipirona e a cafeína reduzem a dor e a orfenadrina inibe os comandos de contração involuntária dos músculos, produzindo relaxamento.
Riscos: além dos problemas da dipirona, a superdosagem de orfenadrina é potencialmente tóxica. A ingestão de 2 g a 3 g dessa substância pode levar à morte. Os efeitos colaterais do Dorflex vão de boca seca e alterações nos batimentos do coração até alucinações, tremor, agitação e, em doses altas, delírio e coma.

Aspirina
Princípio ativo: Ácido acetilsalicílico.
Efeitos desejados: a aspirina é três em um. Em baixas dosagens, até 1 g, funciona contra dor e estágios leves de febre. Acima dessa quantidade, inibe processos inflamatórios, principalmente as artrites.
Riscos: a overdose costuma acontecer de forma acidental, principalmente com idosos, que usam doses maiores do remédio, e crianças pequenas. Oito comprimidos são suficientes para aumentar o risco de excesso de acidez no sangue e baixa acentuada de glicose, causando choque cardiovascular e insuficiência respiratória - distúrbios que podem levar à morte. Por causar queda nos níveis de açúcar, qualquer dosagem de aspirina pode causar hipoglicemia em diabéticos que tomam medicamentos para controlar a doença. Usar o remédio junto com outro anti-inflamatório ou álcool também é mau negócio: aumenta as chances de úlcera e sangramentos estomacais e intestinais severos.

Eno (sal de fruta)
Princípio ativos: bicarbonato de sódio, carbonato de sódio e ácido cítrico.
Efeitos desejados: quando você fica empanturrado ou estressado, o corpo aumenta a produção de ácido clorídrico no estômago e isso pode irritar a mucosa, causando queimação. Os três ingredientes do sal de fruta reagem entre si em contato com a água e formam substâncias alcalinas, que aumentam levemente o pH, reduzindo a acidez.
Riscos: cada envelope de Eno tem 0,85 g de sódio. Se você tomar dois durante o dia, chegará a 1,7 g, bem próximo da recomendação máxima diária de 2 g. Some isso ao resto do sódio que você pode ter consumido na forma de refrigerante, coxinha e pizza, e você tem uma bomba, principalmente para quem tem pressão alta ou problemas do coração. Alterar frequentemente o pH do estômago ou exagerar na dose também pode provocar alcalose, que é quando o sangue e outros líquidos corporais se tornam muito básicos. Quem faz esse equilíbrio químico são os rins e os pulmões, que ficam sobrecarregados quando há desarmonia. Antiácidos ainda têm potencial de reduzir a absorção de nutrientes e de outros remédios, diminuindo o efeito deles.

Serviço
Livro: Tarja Preta - Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma / Superinteressante, Editora Abril
Preço: R$ 29,90
Disponível nas grandes livrarias

Por que o mau uso dos antibióticos é uma ameaça para a saúde de toda a população




Medicamentos estão se tornando ineficazes e doenças hoje facilmente tratáveis podem ser causa comum de mortes no futuro

 Por que o mau uso dos antibióticos é uma ameaça para a saúde de toda a população Radu Bercan/Shutterstock

Foto: Radu Bercan / Shutterstock

Ao receber o Prêmio Nobel de Medicina em 1945 pelo desenvolvimento da penicilina, Alexander Fleming fez um alerta em seu discurso: o uso equivocado do medicamento poderia tornar os micróbios mais fortes. Sete décadas depois, o mundo se vê diante de um aumento de resistência das bactérias aos antibióticos, essenciais para prevenir e tratar infecções. Se nada for feito, podemos chegar à era pós-antibiótico, na qual eles seriam ineficazes, e doenças hoje facilmente tratáveis seriam causa comum de mortes.
Quem chama atenção é a Organização Mundial da Saúde (OMS), que publicou, em 2014, um relatório — após a análise de dados de 114 países — apontando para tal situação em todas as regiões.
— As bactérias estão na Terra há 3,5 bilhões de anos e, para sobreviver, criam mecanismos de defesa. Se você usar antibiótico, vai estimular a produção desses mecanismos — explica Marcos Antonio Cyrillo, integrante do Comitê de Resistência Antimicrobiana da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). — O uso indiscriminado e inadequado está tornando as bactérias resistentes. Então, como vamos poder tratar uma infecção comum como a tuberculose, que afeta quase 10 milhões de pessoas por ano no mundo? — questiona.
A utilização de antibióticos para curar problemas de saúde, consequentemente gerando resistência, foi um componente que se juntou ao processo milenar das bactérias apenas em 1940.
— Quanto maior o uso de antibióticos, maior a resistência. Isso é algo esperado e natural. Mesmo a utilização apropriada gera um risco de tornar as bactérias mais fortes. Se o uso não é apropriado, o surgimento e o aumento de resistência ficam acelerados. Isso ocorre por várias instâncias: quem está administrando e quem está tomando são os primeiros que podem acertar ou errar, mas também há situações como a nossa realidade de pobreza, com pessoas com pouco recurso que conseguem comprar só parte do tratamento e param de fazê-lo antes do tempo indicado ou usam irregularmente — acrescenta o chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Porto Alegre, Paulo Behar.
Ao aviso da OMS junta-se o estudo coordenado pelo economista Jim O'Neill, por encomenda do governo britânico. Nele, consta que as perspectivas para os próximos períodos são ainda mais preocupantes: em 2050, o número anual de mortes causadas por infecções resistentes pode chegar a 10 milhões, e os custos que isso trará até a metade do século ficarão na casa dos US$ 100 trilhões.
O cenário projetado não requer, porém, que deixemos de usar antimicrobianos (termo mais abrangente que o antibiótico que inclui também substâncias que agem sobre outros micróbios e não somente sobre bactérias). Um dos caminhos, segundo os especialistas, está na utilização adequada das substâncias. Para isso, é fundamental um conjunto de ações que vai do paciente a órgãos internacionais, passando por profissionais da saúde, pela indústria farmacêutica e pelos governos.
— O uso na agricultura e na pecuária é muito preocupante. Existem possibilidades de criação de animais sem a necessidade de antibióticos. Outra questão é a dificuldade no controle de consumo desses medicamentos, principalmente dentro dos hospitais. Isso deveria ocorrer de forma sistemática, em uma política nacional — avalia a pesquisadora Marisa Zenaide Ribeiro Gomes, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Professora da Faculdade de Farmácia da PUCRS, Luciana de Oliveira frisa o uso incorreto como um dos principais desafios.
— Muitas vezes, crianças recebem antibióticos para problemas respiratórios que não são causados por bactérias. E há a questão de resistência em hospitais, pois, principalmente nas UTIs, esses medicamentos são usados de maneira muito intensa — ressalta a professora.
Prescrições desnecessárias
Entre as infecções que mais frequentemente precisam de tratamento com antibióticos estão as respiratórias, as gastrointestinais e as urinárias. Mas nem sempre essas doenças são causadas por bactérias e, nesses casos, não exigem esse tipo de medicamento. Essa variação acaba confundindo muitos pacientes.
— As queixas respiratórias nem sempre são infecções bacterianas, mas fazem com que as pessoas queiram utilizar antimicrobiano. Muitas vezes, eles são mal utilizados porque são mal prescritos — ressalta a farmacêutica Luciana de Oliveira, professora da PUCRS.
O infectologista Paulo Behar relata uma situação que, embora não devesse ocorrer, faz parte da rotina dos consultórios:
— Às vezes, tem uma criança com febre alta. É o primeiro filho, e os pais ficam apavorados. Então, eles exigem que o médico receite antibiótico. Em geral, a causa mais frequente de febre em crianças são doenças virais para as quais não se usa antibiótico. Eventualmente, um antiviral já resolve o problema. O médico tenta explicar, a pessoa insiste e ele acaba cedendo.
Só com receita médica
Desde 2010, só é possível comprar antibióticos nas farmácias brasileiras com receita médica. A regra, estabelecida por uma resolução da diretoria colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é considerada por especialistas um avanço para frear o uso indiscriminado dos antimicrobianos.
— Esses critérios resolveram um grande problema. Antes, a pessoa tinha uma infecção respiratória, ia ao médico e ele prescrevia um determinado medicamento. Quando essa mesma pessoa apresentava, posteriormente, sintomas parecidos, acabava voltando a usar essa droga ou indicando a um conhecido — afirma a professora da Faculdade de Farmácia da PUCRS Luciana de Oliveira.
A RDC 44/2010 regulou que os estabelecimentos que comercializam o produto devem "manter à disposição das autoridades sanitárias a documentação fiscal referente à compra, venda, transferência ou devolução das substâncias antimicrobianas bem como dos medicamentos que as contenham". A resolução diz ainda que "toda documentação relativa à movimentação de entradas, saídas ou perdas de antimicrobianos deverá permanecer arquivada no estabelecimento e à disposição das autoridades sanitárias" por no mínimo cinco anos.
Como ocorre a resistência
Imagine uma pessoa com uma infecção causada por mil micróbios. Destes, 998 são mais sensíveis aos antibióticos comuns e dois, mais resistentes. Se esse paciente tomar uma dose menor de antibiótico que a necessária, nem todas as mil bactérias vão morrer. Aquelas que são mais resistentes vão se multiplicar, tornando-se predominantes.
— Está feita a resistência. Uma resistência que já existia e era insignificante para a pessoa ou para a sociedade passa a ser significante, pois houve uma seleção. O antibiótico em dose menor selecionou aquelas bactérias que já eram mais resistentes — explica o infectologista Paulo Behar.
Existe alguma saída?
O relatório da OMS sobre resistência a antimicrobianos aponta que o enfrentamento ao problema passa pelo monitoramento. Mais higiene, água limpa, cuidados de saúde e vacinação também são vistos como importantes medidas para prevenção de doenças infecciosas, aliadas à necessidade de desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e de novos antibióticos.
— É preciso envolver mais a população, que está pouco informada sobre o assunto. Os hospitais precisam ser melhor estruturados. É uma questão complexa e multifatorial, não adiantam apenas ações isoladas — analisa a pesquisadora Marisa Zenaide Ribeiro Gomes, do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com a Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública, a Anvisa institui medidas para controle nos serviços de saúde. Entre elas, está a Rede Nacional de Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde (Rede RM), que tem como principal objetivo tornar a assistência à saúde mais efetiva por meio do uso adequado de antimicrobianos e de detecção, prevenção e controle. Fazem parte dessa rede hospitais sentinela, laboratórios de saúde pública, vigilâncias sanitárias e comissões de controle de infecção hospitalar.
— Uma coisa importante é avaliar o uso de antibióticos para crescimento de animais como porcos e galinhas e, também, na agricultura.
A utilização por essas vias é muito ampla e atinge uma massa de pessoas — salienta Paulo Behar, chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Porto Alegre.
Bactérias são mais rápidas que novos medicamentos
Luciana de Oliveira, professora da Faculdade de Farmácia da PUCRS, explica que as bactérias são muito mais velozes do que a capacidade dos pesquisadores de sintetizar novas moléculas. Por isso, antimicrobianos que já haviam sido deixados de lado estão sendo resgatados.
— Um dos antimicrobianos que estamos usando muito em UTI é a polimixina B, que combate uma bactéria importante que causa infecções graves e provoca surtos. É um medicamento de resgate, que já foi muito utilizado, mas é tóxico para os rins e foi deixado de lado com o surgimento de novas moléculas. Agora, como não temos mais tantas alternativas, mesmo sendo tóxico, está sendo utilizado novamente — relata.
Além disso, há certas bactérias que não têm tratamento adequado.
— A gente tem a KPC (uma superbactéria), um problema que gerou surtos em alguns hospitais aqui no Rio Grande do Sul, que é resistente à maioria dos antibióticos disponíveis. Se uma indústria farmacêutica conseguisse sintetizar uma nova molécula que fizesse efeito sobre a KPC, teria lucro sobre isso — avalia Luciana.
A pesquisadora Marisa Zenaide salienta a necessidade de criação de vacinas que melhorem a imunidade.
— O uso só de antibióticos já mostrou que, se continuarmos nesse nível, sempre que uma nova droga for desenvolvida, as bactérias se tornarão resistentes. É um ciclo vicioso. Então, para quebrar esse ciclo, é preciso desenvolver outras modalidades de terapia, outros métodos de prevenção — conclui, citando como exemplo a produção de vacinas para serem aplicadas em pacientes de risco no momento da internação, prevenindo a infecção hospitalar.


A NOTÍCIA

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Comer peixes gordurosos prolonga vida de pacientes com câncer de intestino

Pessoas com câncer de intestino podem aumentar suas chances de sobrevivência com a ingestão de uma grande quantidade de ácidos graxos ômega 3, encontrados em peixes gordurosos como o atum e o salmão, de acordo com um estudo publicado na quarta-feira na revista médica britânica Gut.
A análise de dados de mais de 170.000 pessoas nos Estados Unidos revelou que, entre as 1.659 que desenvolveram câncer de intestino, havia uma forte correlação entre uma maior ingestão de ômega 3 e um menor risco de morte, segundo o estudo.
"Em comparação com os pacientes que consumiram menos de 0,1 gramas de ácidos graxos ômega 3 por dia, aqueles que consumiram pelo menos 0,3 gramas diárias após o diagnóstico tiveram um risco 41% menor de morrer pela sua doença", disse um comunicado sobre os resultados.
"Se os resultados forem reproduzidos em outros estudos, os pacientes com câncer de intestino podem se beneficiar do aumento da ingestão de peixes gordurosos para ajudar a prolongar sua sobrevivência", completou.
São necessárias mais pesquisas para provar que a correlação não foi uma coincidência e que o ômega 3 reduziu ativamente o risco de morte, disseram os pesquisadores.
Ainda assim, os resultados "fornecem a primeira linha de evidência de base populacional para o impacto potencialmente positivo de ácidos graxos ômega 3 de peixes oleosos sobre a sobrevivência ao câncer de intestino", acrescentaram.
Os ácidos graxos ômega 3 são essenciais para o bom funcionamento do cérebro, do sistema nervoso e da retina, além de ter um suposto efeito benéfico para o coração e a saúde mental.
Eles são encontrados em grandes quantidades nos peixes gordurosos - como sardinha, arenque, salmão e atum - e outros frutos do mar, assim como em alguns vegetais e nozes.


A F P  /  Estado de Minas 

terça-feira, 12 de julho de 2016

Crianças que chupam o dedo têm menos alergia, aponta estudo


Crianças que chupam o dedo têm menos alergia, aponta estudo Stock.xchng/Divulgação


Foto: Stock.xchng / Divulgação


Chupar o dedo ou roer unhas são hábitos que muitos pais (e médicos) desaprovam nas crianças. Mas uma pesquisa realizada pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia, indica que eles podem ajudar a evitar alergias na vida adulta.
Publicado na revista científica Pediatrics, o estudo realizou um teste de sensibilidade em 1037 pessoas que roíam unha ou chupavam dedo aos cinco, sete, nove e 11 anos. Para fazer a avaliação, os pesquisadores analisaram a reação dos voluntários à exposição a uma substância que causa alergia e é comum entre os 13 e 32 anos.
Aos 13 anos, os participantes que tinham pelo menos um dos hábitos apresentaram uma sensibilidade de 38%, menor que a registrada por quem não tinha. Aqueles que mantinham os dois costumes tiveram a sensibilidade ao alérgeno ainda menor: 31%.
A conclusão aponta para a hipótese de que a exposição precoce a bactérias mudaria o sistema imunológico e seria capaz de reduzir o risco de alergias no futuro. Embora tenha apontado bons resultados para testes na pele, a pesquisa não indicou melhora para casos de asma ou rinite alérgica.
Conforme a médica alergista Luciane Failace, a descoberta faz parte de um assunto muito discutido nos encontros da especialidade chamado "teoria da higiene", que diz que quanto menor a exposição às bactérias, menos o sistema imunológico vai atuar.
— Como não está sendo usado na defesa, ele desvia e vai procurar outros alvos. Então, a pessoa se torna alérgica a poeira e ácaros, por exemplo. Cuidados de higiene mais amplos não nos protegem da alergia. Protegem de infecções, mas podem favorecer o aparecimento de outras doenças — explica.
Ela afirma que isso pode explicar o crescimento da incidência de alergias na população geral. Em 1985, era de 5% e, neste ano, já saltou para 30%.
— Daqui 20 anos, metade da população vai ser alérgica — estima.


Diário Catarinense 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Comer massa não engorda, aponta pesquisa italiana

Estudo concluiu que o alimento é bom se consumido moderadamente

macarrao_tomate (Foto: Thinkstock)
Após analisar 23 mil pessoas, um estudo italiano provou que aquelas que têm corpos mais em forma e menos problemas de sobrepeso são as que consomem massa com frequência e de forma moderada.


"A pasta é uma fonte de carboidratos e açúcares e tem um índice glicêmico moderado", explicou Licia Iacoviello, especialista do Instituto Neurológico Mediterrâneo. Entende-se como índice glicêmico a velocidade com que os carboidratos se transformam em açúcar no organismo. Quanto mais lento for o processo, mais saudável ele será.
"A massa tem um índice moderado, mais baixo até do que o do arroz, do pão e da batata", concluiu. Os especialistas primeiro aplicaram questionários alimentares aos participantes e depois compararam essas informações com os dados relativos às medidas corporais.
 
Mesmo sendo um alimento excluído da maioria das dietas, os resultados apontaram que as pessoas que consomem macarrão com moderação e frequentemente (cerca de 50 gramas por dia) apresentam uma silhueta mais saudável e melhores índices de massa corporal.



BEM ESTAR G1  


Estudo apontando que comer massa não engorda foi financiado por fabricante de macarrão

Segundo a pesquisa, parcialmente paga pela italiana
Barilla, o alimento é bom se consumido moderadamente

macarrao_tomate (Foto: Thinkstock)
Era a notícia que todos os apaixonados por macarrão queriam ouvir. Após analisar 23 mil pessoas, um estudo italiano constatou que aquelas que têm corpos mais em forma e menos problemas de sobrepeso são as que consomem massa com frequência e de forma moderada. A conclusão da pesquisa foi publicada pelo periódico Nutrition and Diabetes nesta semana. 
No final do texto de divulgação do estudo, uma nota: a Barilla, fabricante de macarrão, financiou parcialmente a pesquisa.
Segundo os autores do estudo, os financiadores da pesquisa não tiveram "nenhum papel" na coleta, análise e interpretação dos dados. 
O estudo
Mesmo sendo um alimento excluído da maioria das dietas, os resultados apontaram que as pessoas que consomem macarrão com moderação e frequentemente (cerca de 50 gramas por dia) apresentam uma silhueta mais saudável e melhores índices de massa corporal.
"A massa é uma fonte de carboidratos e açúcares e tem um índice glicêmico moderado", explicou Licia Iacoviello, especialista do Instituto Neurológico Mediterrâneo. Entende-se como índice glicêmico a velocidade com que os carboidratos se transformam em açúcar no organismo. Quanto mais lento for o processo, mais saudável ele será.
"A massa tem um índice moderado, mais baixo até do que o do arroz, do pão e da batata", concluiu. Os especialistas primeiro aplicaram questionários alimentares aos participantes e depois compararam essas informações com os dados relativos às medidas corporais.
 
 
 
G 11
 

Chá: tudo o que você achava que sabia sobre a bebida estava errado


Chá: tudo o que você achava que sabia sobre a bebida estava errado Cristina Souza/DivulgaçãoEspecialista recomenda preparar o chá em bules, e não direto na xícara


Foto: Cristina Souza / Divulgação


Se você pensa que ferver água, imergir um saquinho com folhas secas dentro, esperar uns minutos e sorver o líquido colorido consiste em consumir chá, a notícia é ruim: está enganado. Chá é somente o nome de uma planta, a Camellia sinensis

Das folhas dela, podem ser feitos seis tipos da bebida que, aos poucos, ganha adeptos no Brasil: chá branco, chá amarelo (derivado do verde, é caro e raro, encontrado somente em algumas regiões da China), chá verdeoolong (chá azul semi-oxidado), chá preto e chá escuro (único chá fermentado, sendo o mais conhecido o Pu-Erh).
A principal diferença entre eles consiste no método de fabricação que, por sua vez, influencia no grau de oxidação. Hibisco, camomila ou capim-limão, por exemplo, são ervas ou flores comumente chamadas de infusões. 
Consumidores assíduos dispensam os sachês, que começaram a ser produzidos no pós-Revolução Industrial, e usam as folhas secas. Adoçar é considerado heresia, porque as principais características são mascaradas. Além disso, conforme a sommelier Dani Lieuthier, que criou o Instituto do Chá em Curitiba e esteve em Florianópolis nesta semana, existem três fatores essenciais para o preparo ideal dos chás: temperatura, tempo e quantidade. 

 
Esqueça os sachês: bebida boa é aquela preparada com a infusão das folhas secas  
 
Foto: Cristina Souza / Divulgação


Temperatura

 
Recomenda-se o preparo em bules, e não direto na xícara, para que o calor seja mantido por mais tempo. É indicado, inclusive, que os bules sejam pré-aquecidos. Mas cuidado com temperaturas muito altas: quanto mais graus e maior o tempo de infusão, mais taninos serão liberados da Camellia sinensis. São essas substâncias que podem amargar demais a bebida. O limite de temperatura para o chá verde é 85º C, ou seja, ela não deve ferver. O mesmo vale para o chá preto. Somente infusões podem ser feitas com água a 100º C. O uso de termômetro é indicado – algumas chaleiras elétricas já contam com essa facilidade.


Tempo

As misturas, conhecidas por blend, possuem tempos diferentes de preparo. Para que a bebida fique harmoniosa, é bastante importante seguir à risca, pois cada ingrediente tem um tempo diferente para liberar seu sabor. Retirar o infusor do contato com a água após a hora indicada também é fundamental para que o chá não fique amargo demais. Certo amargor faz parte, principalmente em chás verdes ou pretos. 


Quantidade

 
Não se deve utilizar mais do que 2 g (uma colher de chá!) de cada chá ou infusão para 200 ml de bebida. Mas essa regra não é fixa: alguns blends mais volumosos e leves podem ser preparados a partir de três colheres de chá para que atinja os 2 g recomendados. 



Diário Catarinense